Uma trabalhadora de uma empresa de plantação de laranjas em Sidrolândia, no Mato Grosso do Sul, procurou a polícia para denunciar um caso de intolerância religiosa. Segundo o boletim de ocorrência, ela relatou que, após três meses de trabalho, passou a ser hostilizada pelo chefe do setor por ser adepta da religião Quimbanda.
De acordo com a denúncia, o superior teria afirmado que ela era “uma pessoa do mal” e que “não trabalharia com alguém que cultua o diabo”, acrescentando ainda que “o Deus dele é maior”. A trabalhadora relatou que, após esses episódios, foi demitida por um responsável do setor administrativo sem qualquer justificativa clara.
A mulher acredita que foi desligada da empresa por conta de sua religião e afirma ter se sentido profundamente discriminada. Mãe solteira, ela destacou à polícia que a situação a deixou em dificuldades financeiras, já que depende do emprego para arcar com suas despesas mensais.
O caso foi registrado como denúncia de intolerância religiosa e deve ser investigado pelas autoridades.
Nota da redação
A ideia de que a quimbanda é “do mal” é um estigma e uma visão muito simplificada. A quimbanda, como uma modalidade de culto afro-brasileiro, possui uma cosmovisão e práticas distintas da Umbanda, que frequentemente é vista como sua “oposta” moralmente.