A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (13) o ex-ministro do Turismo Gilson Machado e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Ambos são investigados por suspeita de tentativa de emissão de passaporte português para que Cid deixasse o Brasil.
A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), após a Polícia Federal apontar indícios da tentativa de expedição do documento como forma de obstrução das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado.
Segundo a PF, Gilson Machado teria atuado para atrapalhar o julgamento da trama golpista no STF. Em nota, o ex-ministro afirmou que soube da investigação pela imprensa e negou ter ido a qualquer consulado, “inclusive o Português no Recife”.
Mauro Cid, por sua vez, declarou não ter conhecimento de qualquer ação de Machado para ajudá-lo a sair do país. Ele confirmou que solicitou cidadania portuguesa em janeiro de 2023, mas afirmou não ter solicitado passaporte — procedimento necessário e separado da obtenção da cidadania.
Conhecido como “Gilson Sanfoneiro”, Machado era figura constante nas transmissões ao vivo de Jair Bolsonaro, onde costumava tocar sanfona em apresentações que misturavam política e música. Em uma dessas lives, tocou a música Ave Maria em homenagem às vítimas da Covid-19. Em abril deste ano, ele acompanhava Bolsonaro em viagem ao Rio Grande do Norte quando precisou ser hospitalizado para tratar uma obstrução intestinal.
Mauro Cid, Gilson Machado, o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 29 pessoas são réus por tentativa de golpe de Estado. A denúncia da PGR aponta que o grupo elaborou e tentou executar um plano para manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022.