A transferência para instalações militares tem base no Estatuto dos Militares, que prevê pena nessas unidades para integrantes das Forças Armadas
A Polícia Federal, com apoio do Exército, prendeu os ex-ministros do governo Jair Bolsonaro e generais da reserva Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira depois que o Supremo Tribunal Federal declarou o processo sobre a tentativa de golpe encerrado. Com o trânsito em julgado, não cabem mais recursos, e a execução das penas foi imediatamente autorizada. Ambos foram levados para o Comando Militar do Planalto, em Brasília, onde devem iniciar o cumprimento das condenações — Heleno, condenado a 21 anos, e Paulo Sérgio, a 19.
A transferência para instalações militares tem base no Estatuto dos Militares, que prevê pena nessas unidades para integrantes das Forças Armadas. Embora a regra se aplique normalmente a crimes militares, a jurisprudência admite exceções para crimes comuns quando há risco à integridade física do condenado, possibilidade de instabilidade institucional ou dificuldade de acomodação no sistema prisional comum.
A decisão do STF também pôs fim ao processo para outros condenados que não apresentaram novos recursos, entre eles o deputado Alexandre Ramagem, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o próprio Bolsonaro.
Paralelamente, o ex-presidente permanece preso na Superintendência da Polícia Federal por outro caso, relacionado à violação da tornozeleira eletrônica e ao risco de fuga apontado pela PF após a convocação de uma vigília religiosa por seu filho, Flávio Bolsonaro. Sua defesa sustenta que ele sofreu episódios de “confusão mental”, atribuídos à interação de medicamentos, e nega qualquer tentativa de fuga.
No caso principal, o processo contra Jair Bolsonaro transitou em julgado. Ele já havia sido condenado a 27 anos e três meses de prisão por envolvimento em tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e outros crimes. Com a decisão definitiva, a execução da pena pode ter início.






