Investigação da Delegacia de Atendimento à Mulher revelou dois anos de ataques online, perfis falsos, ameaças e acusações inventadas
Uma mulher de 36 anos foi condenada a 22 anos, 9 meses e 16 dias de reclusão em Paranaíba (MS) após ser responsabilizada por uma série de crimes cometidos ao longo de dois anos contra ao menos 15 vítimas. A decisão, que ainda não transitou em julgado, é resultado de uma investigação conduzida pela Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) do município.
O caso teve início após diversos registros de ameaças e perseguição virtual. Um dos alvos era o ex-companheiro da investigada, que havia se mudado de São José do Rio Preto (SP) para Paranaíba em busca de tranquilidade. Ao descobrir o novo endereço, a autora passou a divulgar na internet acusações falsas de que o homem seria “estuprador de crianças” e teria mandado de prisão em aberto. De acordo com a Polícia Civil, os ataques também atingiram familiares, amigos e empregadores da vítima, causando danos emocionais e prejuízos profissionais.
Durante as apurações, a DAM identificou que a mulher utilizava chips telefônicos registrados em nome de terceiros — inclusive das próprias vítimas — e mantinha perfis falsos em redes sociais para disseminar as ameaças. Com autorização judicial, a quebra de sigilo telemático permitiu vincular diversas contas e números telefônicos à investigada. As equipes descobriram ainda que ela chegou a ingressar com uma ação judicial alegando abandono afetivo, apresentando imagens de conversas que, segundo as vítimas, foram manipuladas.
Diante da continuidade das condutas criminosas, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva e por mandado de busca domiciliar. A ordem foi cumprida em 30 de setembro de 2024, em São José do Rio Preto, onde a mulher foi detida. Desde então, permanece presa.
A sentença condenou a investigada por denunciação caluniosa, ameaça, falsa identidade, perseguição (stalking), falsidade ideológica, invasão de dispositivo informático e injúria racial.






