O conflito entre o governo de Mato Grosso do Sul e a comunidade indígena das aldeias Bororó e Jaguapiru, em Dourados, se intensificou nesta terça-feira (26) com a ação do Batalhão de Choque da Polícia Militar para desobstruir as estradas bloqueadas pelos moradores. Os protestos ocorreram há dois dias e visam a reivindicação por água potável nas aldeias, que enfrentam uma grave crise hídrica.
Moradores indígenas bloquearam vias importantes da cidade, incluindo a estrada de acesso ao Hospital da Missão Evangélica Caiuá, e pontos na MS-156, entre Dourados e Itaporã. Em vídeos gravados durante a operação policial, é possível ver os militares com escudos, enquanto tentam desobstruir as estradas. A tensão gerada pela abordagem policial resultou em resistência por parte da comunidade, e algumas pessoas foram presas. Além disso, moradores denunciam feridos por tiros de bala de borracha disparados pelos policiais durante
Na segunda-feira (25), a Secretaria Estadual de Cidadania apresentou uma proposta formal para perfuração de dois poços nas aldeias, com investimento de R$ 250 mil, já garantido. Embora as lideranças das aldeias tenham inicialmente aceitado a proposta, a comunidade decidiu manter os bloqueios, alegando que o valor seria insuficiente e que os poços começariam primeiro.
Em nota, a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que a ação do Batalhão de Choque tinha como objetivo “garantir o direito constitucional de ir e vir de todos”, ressaltando que os manifestantes estavam cometendo atos de desacato, desobediência e agressão aos policiais, com um trator sendo apreendido durante a operação.
Em resposta às críticas, o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), afirmou que um contrato já está em vigor para a distribuição de água potável nas aldeias por meio de caminhões-pipa, com fornecimento de mais de 70 mil litros de água por semana.
A situação continua tensa em Dourados, com o movimento indígena aguardando uma solução rápida do governo estadual e federal, enquanto a Polícia Militar segue com a desobstrução da estrada.