Conforme já adiantado por nossa reportagem a senadora e pré candidata à presidência Simone Tebet, apesar de ser MDB, parece ter tucanado de vez. O presidente nacional do PSDB Bruno Araújo falou com todas as letras que para que ela conquiste o apoio do ninho é preciso “reciprocidade”. E isso inclui Mato Grosso do Sul, onde o partido teria que apoiar o candidato escolhido por Reinaldo Azambuja, Eduardo Riedel, que já declarou apoio aberto ao presidente Jair Bolsonaro, já que teria na chapa majoritária a ex-ministra Tereza Cristina (PP) que é a aposta para disputar o Senado Federal.
Na mesma esteira está o fato de o marido da senadora, Eduardo Rocha, atualmente ser secretário na gestão de Azambuja.
Em entrevista ao Estadão, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, disse que a “quase totalidade” do partido defende a tese de que os tucanos devem abrir mão de um nome próprio, apesar de ainda existir um foco de resistência.
“O terceiro pilar é a reciprocidade nos palanques regionais que são fundamentais para o PSDB. A parceria com o MDB é vista por nós como sendo fundamental. Isso se repete no Mato Grosso do Sul, Estado da senadora Simone Tebet e governado pelo PSDB. Não nos parece coerente que não haja essa unidade”, declarou ele ao elencar os pilares para que a sigla apoie Tebet integralmente.
O presidente tucano ainda citou os nomes de Raquel Lyra em Pernambuco, e Eduardo Leite no Rio Grande do Sul. “Esses três Estados são fundamentais para avançarmos nessa construção. Só vai ter sentido formalizarmos a reunião da executiva quando essa construção política e programática estiver consolidada”, disse ao jornal.
Quando questionado sobre uma possível resistência do MDB em apoiar o PSDB nestes três Estados ele disse que tudo ainda está em discussão. “Eventuais resistências são naturais da política, mas o PSDB está sentando à mesa para discutir (o apoio a) uma candidatura que não seja nossa pela primeira vez desde 1989”, relembrou.
Temer
“É público que o (então) governador João Doria, eu e o (então) vice-governador Rodrigo Garcia levamos ao presidente Michel Temer e ao Baleia Rossi (presidente do MDB) em dezembro do ano passado uma proposta de aliança. Com o gesto de dignidade de João Doria nós damos sequência a esse processo de construção”, declarou ele deixando claro que Temer, que é uma das sustentações de Puccinelli por serem do mesmo time de “pragmáticos”.’ André garante que sempre está conversando com o ex-presidente.
Nos bastidores sempre se falam dos acordos, onde muitos não acreditavam na candidatura de Puccinelli. Já ele, deixa claro que quer ser candidato até mesmo para “vingar” o que aconteceu em 2018, quando juntamente com o filho André Puccinelli Júnior foi preso em das fases da operações Lama Asfáltica nas vésperas da convenção. Fato este que Puccinelli credita ao tucanos e que “nunca perdoou”.
Simone, por sua vez, segue tal qual esfinge e em todas as coletivas que dá, só lembra de MS quando lhe é conveniente. Até as convenções ainda teremos fortes emoções.