A jovem de 20 anos que foi denunciada por um médico em Campo Grande após provocar o aborto de um feto de 34 semanas não foi presa pelo ato, uma vez que o delegado entendeu que não havia situação flagrante. O caso foi registrado ontem (16) após o médico atender a paciente no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul.
Ela usou uma agulha para causar ferimentos na barriga e tomou medicamentos, que segundo informado não eram medicamentos abortivos.
De acordo com as informações logo que a Polícia Civil foi acionada, por intermédio da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), foi encaminhada uma equipe ao local, sob o comando do Delegado Roberto Morgado.
O médico que fez o parto foi entrevistado e repassou a informação de que o feto já estava morto, provavelmente desde o dia em que a autora fez as manobras abortivas, que foi no domingo, 14/01, e por isso a situação não era flagrancial.
Segundo o delegado Roberto Morgado, o crime de aborto se consuma não com a retirada, e sim com a morte do feto, então o crime tinha se consumado no domingo, e não tinha mais situação flagrancial, ainda assim, a paciente foi entrevistada.
Durante a entrevista a mulher ainda estava muito sedada, mas informou aos policiais civis que os fatos se deram a cidade onde mora e que para provocar o aborto, ela teria introduzido uma agulha cerca de quatro vezes em quatro pontos da barriga.
De acordo com o médico que fez o parto, essas agulhadas atingiram o pescoço do feto e a região do tórax do lado esquerdo causando a morte.
O feto foi encaminhado para exame necroscópico e a mulher também foi levada ao Imol, para a realização de exame de corpo de delito para materializar essas lesões na barriga.
Essas foram as diligências iniciais feitas pela DEPCA.
Como o fato ocorreu no interior o boletim de ocorrência está sendo encaminhado para a delegacia local, para o seguimento da investigação.
“De fato, a menina tem 20 anos de idade, estava grávida, na 34ª semana de gestação. Não há indícios de que ela tenha tomado medicamentos abortivos, o método usado por ela teria sido essa introdução da agulha. Quanto ao indiciamento, ela não foi presa em flagrante por falta de situação flagrancial, e o indiciamento será feito, se feito, pelo delegado da DP local”, informou em nota a Polícia Civil.
O fato foi registrado como um aborto provocado pela própria gestante.