Laudo pericial da casa onde Vanessa Nascimento, 24 anos, e a filha Sophie, de 10 meses, foram mortas revela sinais de luta e tentativa de apagar vestígios no dia do crime, 26 de maio deste ano. Foram encontradas manchas de sangue diluído, produtos de limpeza usados e panos com sangue recente no banheiro.
João Augusto Borges, 25 anos, companheiro de Vanessa e pai da bebê, confessou o duplo feminicídio. Prints entregues por testemunhas mostram que João demonstrou frieza logo após os assassinatos. Em uma das mensagens, ele diz: “Tá começando a feder aqui já”. Em outra, ao ser questionado sobre o paradeiro das vítimas, responde: “no porta malas”.
Os diálogos desmontam a versão de que o crime foi por impulso. Em depoimento, uma testemunha relatou que João já havia ameaçado matar mãe e filha semanas antes.
Vanessa foi estrangulada após discussão por causa de leite e cotonetes. Sophie, que estava na cama, também foi morta. João escondeu os corpos no banheiro, voltou ao trabalho, e horas depois comprou gasolina, colocou as duas no porta-malas e as levou para uma área de mata no Indubrasil, onde ateou fogo e retornou para casa como se nada tivesse acontecido.
No dia seguinte, registrou boletim de desaparecimento e enviou mensagens a familiares tentando sustentar a farsa.
O Ministério Público o denunciou por duplo feminicídio qualificado e ocultação de cadáver, com agravantes de meio cruel, motivo torpe, impossibilidade de defesa das vítimas e violência contra menor de 14 anos. Prints e áudios no processo evidenciam que o crime foi premeditado.