Todos os aparelhos apreendidos serão periciados, e os investigadores acreditam que o conteúdo deve confirmar a premeditação
A Polícia Civil esclareceu, durante coletiva realizada nesta segunda-feira (17), que não há qualquer evidência de vínculo afetivo ou sexual entre o padre Alexsandro da Silva Lima e Leanderson de Oliveira Júnior, acusado de matá-lo. Segundo a investigação, essa versão surgiu exclusivamente do depoimento do próprio suspeito, sem qualquer respaldo técnico.
De acordo com o delegado Lucas Albe, do Setor de Investigações Gerais (SIG), as declarações feitas por Leanderson durante o interrogatório são tratadas apenas como parte de sua defesa. “Essa informação não partiu da Polícia Civil. Foi uma alegação do autor, que tem o direito de se defender como entender”, explicou.
Albe reforçou que nada, até agora, indica que os dois tinham qualquer tipo de relação prévia, muito menos que o padre tenha tentado atacar o suspeito por motivação sexual. O delegado também destacou que, diante das características físicas de ambos, a narrativa apresentada pelo acusado não é compatível com o que foi apurado. “O padre tinha porte físico maior, enquanto o autor é bem mais franzino. Entendemos que o ataque foi surpresa, uma espécie de emboscada”, afirmou.
O delegado ressaltou ainda que os golpes de faca desferidos contra o padre foram fatais e que não há elementos periciais que sustentem a suposta tentativa de abuso mencionada por Leanderson.
Durante a coletiva, Albe confirmou que o caso é investigado como latrocínio — roubo seguido de morte. Segundo ele, os dois envolvidos confessaram que o crime foi planejado com antecedência. “Eles não sabiam que a vítima era padre. O alvo era o veículo, que já tinha até comprador no Paraguai por R$ 40 mil”, afirmou.
Além do carro, os suspeitos também pretendiam levar o celular da vítima, que acabou sendo descartado em um matagal após não conseguirem desbloqueá-lo. A polícia acredita que eles ainda planejavam usar a residência do padre para festas.
Todos os aparelhos apreendidos serão periciados, e os investigadores acreditam que o conteúdo deve confirmar a premeditação. Esse ponto, segundo Albe, reforça a tese de que não houve qualquer situação de abuso que pudesse ter motivado o crime.
O delegado também revelou que Leanderson possui antecedentes criminais, ao contrário das adolescentes envolvidas no caso.






