Uma mulher vítima de violência doméstica conseguiu escapar do companheiro usando um código disfarçado durante uma ligação ao 190. O caso foi divulgado nesta terça-feira (6) pela Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, como parte da campanha Agosto Lilás, que reforça o combate à violência contra a mulher.
No áudio compartilhado nas redes sociais da PM, a mulher liga para o número de emergência e simula um pedido de remédio:
“Oi, é da farmácia? Eu queria uma dipirona.”
A voz é baixa, contida, mas suficiente para que o atendente da central reconheça o pedido de socorro disfarçado.
Mantendo a simulação, o policial orienta que ela responda apenas com “sim” ou “não”. Em seguida, questiona se o agressor está armado e ela responde que não. Para entender a gravidade da situação, o atendente segue na metáfora:
“10 miligramas, 20 miligramas ou 30 miligramas? Qual o nível de agressividade dele?”
A resposta da vítima é imediata:
“30.”
Diante da urgência, uma equipe da Patrulha Maria da Penha foi acionada e resgatou a mulher em segurança. O agressor foi preso em flagrante.
Dias após o resgate, segundo a PM, a vítima voltou a ligar para a central, desta vez para agradecer o acolhimento e a resposta rápida.
A Polícia Militar reforça que mulheres em situação de risco podem buscar ajuda também pelo Disque 180 ou diretamente em delegacias. Além do código verbal, campanhas internacionais ensinam outros sinais silenciosos de pedido de socorro, como a mão fechada com o polegar para dentro e o uso de batom vermelho na palma da mão.