O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), chegou a decretar nesta quinta-feira (13) a prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No entanto, a ordem foi revogada pouco tempo depois. Cid será ouvido ainda hoje pela Polícia Federal.
Segundo a defesa, o militar chegou a ser conduzido para um batalhão do Exército, onde aguardaria a prisão, mas a medida foi suspensa antes que ele fosse efetivamente detido.
A determinação foi tomada no âmbito do inquérito que investiga a tentativa do ex-ministro do Turismo Gilson Machado de viabilizar um passaporte português para Cid — o que, na avaliação da Polícia Federal, poderia configurar tentativa de fuga e obstrução de Justiça. Machado foi preso nesta manhã, em sua residência no Recife (PE).
Mauro Cid admitiu ter solicitado cidadania portuguesa em 11 de janeiro de 2023, três dias após os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, mas afirmou que não tinha conhecimento de qualquer iniciativa de Gilson Machado para obter passaporte em seu nome. Segundo o advogado de Cid, Cesar Bittencourt, o pedido foi feito “única e exclusivamente” porque a esposa e as filhas do tenente-coronel já possuem cidadania portuguesa.
A apuração ocorre dentro do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado supostamente articulada para manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022. Cid, Bolsonaro, Gilson Machado e outros aliados estão entre os denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).