A 25ª edição da Feira Nacional de Negócios de Artesanato (Fenearte) chega ao fim neste domingo (20), no Pernambuco Centro de Convenções, em Olinda. É a última oportunidade para o público percorrer 700 espaços de comercialização, além de aproveitar oficinas, desfiles de moda e atrações musicais.
Com o tema “A Feira das Feiras”, o evento começou no dia 9 de julho e evoca as feiras livres comuns no Norte e Nordeste do Brasil.
Notícias relacionadas:Festival de Cultura Indígena do Xingu começa hoje no Pará.Feira de artesanato deve receber 100 mil visitantes em São Paulo.Pesquisador indígena cataloga 150 plantas medicinais de seu território.Até o momento, a feira movimentou R$ 108 milhões, teve a circulação de cerca de 320 mil pessoas e aprovação do público de 98,6%. Os dados finais serão divulgados ao fim desta edição, pela Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe).
Entre os artesãos que participam do evento, há representantes da Turquia, Japão, África do Sul e Rússia. Do Brasil, o destaque é a presença de diversas etnias indígenas que comercializam trabalhos manuais e difundem culturas e saberes entre os visitantes da feira.
Indígenas estão distribuídos por todo o pavilhão. As etnias de Pernambuco se concentram na Rua 18: são os Funil-ô, Atikum, Xukuru, Pankará, Kapinawá, Kambiwá, Truká e Pankararu.
O item mais vendido pelo artesão Luiz Carlos Frederico é o fineho, apito que reproduz sons de pássaros e é produzido pela etnia Funil-ô, de Águas Belas (PE).
“Isso é muito simbólico para a gente, pois os pássaros têm uma representatividade muito importante na nossa cultura. São eles, por exemplo, que sinalizam quais frutos podemos comer na natureza. E apitar durante a Fenearte é uma forma de nos comunicarmos com eles, pedindo paz e harmonia para o evento”, disse Luiz.
Maria da Saúde Batalha, da etnia Pankararu, de Petrolândia (PE), confecciona bijuterias indígenas e comercializa roupas de cama, mesa, banho e redes em algodão cru.
“Ainda não coloquei na ponta do lápis, mas a renda sempre é muito boa. Mais do que vender, o que mais me dá prazer é estar aqui representando meu povo. Quando apareço na internet ou nas filmagens da imprensa, minha família da aldeia me liga feliz, comemorando que saímos em algum lugar. A minha maior felicidade é poder trazer o nome e a tradição do meu povo para o Recife e para outras regiões”, disse Maria.
Dilma Terena, do povo Terena, do Mato Grosso do Sul, expõe peças em argila. Ela vendeu as 50 obras que trouxe para a feira.
“Eu não achava que ia vender tudo tão rápido assim. É a primeira vez que saio do meu estado, que viajo de avião e que participo de uma feira desse tamanho. Estou muito feliz e espero voltar no próximo ano”, disse Dilma.