Autor ja tinha histórico de violência em Rondônia
Mais uma mulher foi morta em Mato Grosso do Sul, e a sensação é de revolta diante de uma tragédia que se repete com frequência alarmante. Erivelte Barbosa Lima de Souza, de 48 anos, é a 28ª vítima de feminicídio registrada neste ano no estado. O crime ocorreu na madrugada desta sexta-feira (10), em uma fazenda na região de Paranaíba.
Segundo informações da delegada Eva Mayra, da Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) de Paranaíba, Erivelte foi golpeada no peito pelo companheiro, de 30 anos, após uma discussão. O casal havia passado o dia ingerindo bebida alcoólica e, ao retornar para casa, a briga terminou em tragédia.
Ferida gravemente, Erivelte ainda chegou a ser levada ao hospital da cidade — um trajeto de 43 quilômetros, percorrido por vizinhos que tentaram ajudá-la. O próprio agressor estava entre eles, tentando disfarçar a culpa enquanto a mulher lutava pela vida. Ela deu entrada na unidade de saúde pouco antes da meia-noite e morreu por volta das 4h30 da manhã.
Antes de morrer, Erivelte teve forças para dizer aos profissionais do hospital que o próprio companheiro era o autor da agressão. Foi o suficiente para que a polícia fosse acionada e prendesse o homem em flagrante dentro do hospital.
A dor dessa história é ainda mais profunda porque não foi a primeira vez que Erivelte sofreu nas mãos do agressor. A filha da vítima, que mora no interior de São Paulo, contou à polícia que a mãe já havia sido ameaçada e agredida diversas vezes. Em uma das ocasiões, o homem chegou a escrever atrás da porta que iria matá-la. Ele quebrou objetos, televisores, celulares e vigiava as conversas que ela mantinha com familiares, demonstrando um controle doentio e possessivo.
Mesmo com o histórico de violência, a história de Erivelte terminou como tantas outras: com uma mulher morta, uma família destruída e mais um número que engrossa as estatísticas sombrias da violência de gênero em Mato Grosso do Sul.