Um “observatório de investigações” foi criado na Seccional do Rio de Janeiro Ordem dos Advogados do Brasil, para acompanhar a apuração sobre o cumprimento da lei pelas policias civil e militar durante a Operação Contenção, realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na última terça-feira (28). A operação foi a mais letal da história do estado.
“É dever da ordem zelar pela legalidade, pela transparência e pela segurança em ações desta natureza”, afirmou, em nota à imprensa, a presidente da OAB-RJ, Ana Tereza Basilio.
Notícias relacionadas:Moradores de favelas protestam no Rio após megaoperação com 121 mortos.ONU pede investigação independente sobre operação no Rio de Janeiro.IML já liberou 89 corpos de mortos em megaoperação, diz governo do RJ.O observatório será presidido pelo advogado Rafael Borges, secretário-geral da OAB-RJ, e terá como vice-presidente a advogada Luciana Pires, vice-diretora de Assuntos Legislativos da seccional. Segundo o comunicado, o observatório quer contribuir com o aperfeiçoamento dos protocolos de segurança do Estado, reduzir a letalidade e conter a ação de grupos criminosos,
A Operação Contenção mobilizou efetivo de 2,5 mil policiais e, segundo o governo, resultou na morte de 121 pessoas – quatro dessas eram policiais. A quantidade de mortes é maior do que o número de pessoas presas (113) e de armas apreendidas (118).
Segundo o governo do Rio de Janeiro, o objetivo da operação era conter o avanço do Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão, cumprindo 180 mandados de busca e apreensão e 100 mandados de prisão.
Nesta sexta-feira, a Polícia Civil divulgou a lista parcial de pessoas mortas já identificadas, com 99 nomes. A polícia informou que 78 mortos tinham histórico criminal, e 21, não. Além disso, segundo o balanço divulgado pelas autoridades fluminenses, havia mandados de prisão em aberto contra 42, menos que a metade dos 99 identificados. Conforme notícia veiculada pelo jornal O Globo, nenhuma dessas pessoas havia sido denunciada à Justiça pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. A Agência Brasil solicitou confirmação do MP estadual.