Em Rio Bonito do Iguaçu, o que se observa é a tentativa de recomeçar. Em meio aos entulhos e ao que sobrou das casas, a sensação ainda é de incredulidade. Aos 89 anos de idade, seu José Sabatino Filho não consegue acreditar em tudo que viveu.
“Foi questão de um minuto. Um minuto mais ou menos, eu só ouvi o estouro: pow! Aquele estouro. E daí começou a cair telha, começou a cair tudo. Daí minha mulher se jogou embaixo da mesa e eu me encostei na parede. Vou correr pra onde? Correr é pior. Levei as mão assim, botei as mão na cabeça.”
Notícias relacionadas:Paraná confirma sétima morte causada por tornados simultâneos.Médicos e psicólogos do SUS atendem vítimas do tornado no Paraná.A casa do Seu José é no centro de Rio Bonito do Guaçu e ela ficou completamente destruída. A preocupação dele e da esposa, era realmente se abrigar de alguma forma para não se machucarem. Atrás da casa dele, existiam cinco residências. Todas elas vieram abaixo.
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Em cada canto da cidade, o que mais se percebe é que os ventos que ultrapassaram 330 quilômetros por hora (km/h) levaram mais do que concreto. Cleiton Wieczorkovski estava fora da cidade e quando chegou em casa viu o que tinha acontecido.
No celular, o vídeo na galeria guarda o exato momento de quando percebeu a situação.
“Eu e minha esposa estávamos chegando de Laranjeiras do Sul. Na entrada da da cidade, eu falei para ela: ‘Olha, o posto tá destruído’. Nisso passou aquele um redemoinho preto, que foi destruindo tudo. A minha casa foi abaixo. Não tinha o que fazer.”
O ginásio de um dos principais colégios estaduais de Rio Bonito do Iguaçu veio abaixo. Parte da estrutura que ficou completamente retorcida. Próximo dali, o Colégio Estadual também ficou completamente destruído.
Uma força-tarefa para reconstruir a escola envolve o governo do município e do Estado do Paraná. A promessa é de que até fevereiro de 2026 ele volte a funcionar. A obra já começa na segunda-feira.
A Reconstrução do ginásio vem em um segundo momento para dar condição de trabalho aos professores e aos estudantes.
Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, começa trabalhos de reconstrução – Reuters/Priscila Ribeiro/Proibida reprodução
Recursos
De acordo com o governo do estado do Paraná, mais de 1,3 mil pessoas já se cadastraram para receber algum tipo de recurso.
Enquanto isso, nas ruas, o que chama a atenção é a solidariedade. Pontos de arrecadação e distribuição estão sendo criados pela cidade. Produtos de limpeza, água e protetor solar itens são bem-vindos.
Simone Regina Cosseau é voluntária em um desses pontos e fala sobre as demandas dos moradores.
“A gente tem sentido que as pessoas estão procurando produtos de material de limpeza, baldes, rodos, vassouras. Fraldas também, em tamanho específico, que é extra G. É isso que tem uma demanda grande. Mas além disso, pra quem está trabalhando, principalmente, tem a questão do protetor solar para as pessoas que estão na fase de limpeza pesada, de concerto de telhado e tá bem quente.”
Cidades da região, como Cascavel, também estão dando apoio. Como há previsão de chuva para o meio da semana, a 15ª Brigada do Exército disponibilizou dez barracas para montar em Rio Bonito de Iguaçu.