Os limites dos biomas Cerrado e Mata Atlântica entre os estados de Minas Gerais e São Paulo foram revisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A divulgação feita nesta terça-feira (18) mostra que o Cerrado ganhou 1,8% de área enquanto a Mata Atlântica perdeu 1%.
Segundo o IBGE, as alterações se deram por conta de avaliação de critérios técnicos. Não houve, portanto, redução ou ampliação da área devido a possíveis desmatamentos ou reflorestamentos.
Notícias relacionadas:Cerrado brasileño: 28% de vegetación perdida en 40 años.Mata Atlântica perde 2,4 milhões de hectares em 40 anos.SOS Mata Atlântica mobiliza setor privado para conservação do bioma.Na revisão, foram considerados critério técnicos como clima, geologia, geomorfologia, pedologia e vegetação. De acordo com o IBGE, a maior parte das alterações ocorreram em áreas de contato entre vegetações de florestas estacionais e savanas.
A área com alteração dos limites representou aproximadamente 19.869 quilômetros quadrados quilômetros (km²) do território brasileiro, sendo 816 km² em Minas Gerais e 19.053 km² em São Paulo. Cerrado e Mata Atlântica foram o foco desta revisão. Outros biomas não foram avaliados dessa vez.
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Em Minas Gerais, a área de Mata Atlântica foi ampliada nas proximidades de Belo Horizonte, englobando agora todo o município e as áreas ao norte da capital mineira. Já o Cerrado aumentou, principalmente no centro-norte de São Paulo, estado que possui lei de proteção para este bioma desde 2009.
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A revisão abrangeu as regiões do nordeste paulista, parte do Triângulo Mineiro e a região da Serra do Espinhaço, incluindo municípios mineiros como Sacramento, Uberaba, Fronteira, Planura e São Sebastião do Paraíso, Diamantina, Conceição do Mato Dentro, Belo Horizonte, Florestal e Juatuba, entre outros. E os paulistas Franca, Barretos, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Piracicaba, Mococa e Votuporanga.
Rio de Janeiro (RJ), 18/11/2025 – Mata Atlântica perde 1% de área e Cerrado ganha 1,8% em revisão do IBGE. Mapa IBGE – Mapa IBGE
Revisões
As revisões são recorrentes e ocorrem porque, em 2019, o IBGE lançou a publicação Biomas e Sistema Costeiro Marinho do Brasil que mudou a escala, tornando o mapeamento dos territórios mais preciso. A publicação é compatível com a escala de 1 para 250 mil, 20 vezes maior que a anterior, de 1 para 5 milhões. Agora, são feitas revisões para checar os limites de cada bioma e adequar as áreas.
As alterações são feitas a partir de análise integrada de especialistas em diversos temas, além de expedições de campo em áreas especificamente demandadas e questionadas por organizações da sociedade civil e por instituições de governo da esfera ambiental. Já foram realizadas cinco expedições.