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CNU: Família indígena é aprovada para Funai

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A Onça by A Onça
9:50 domingo, 16 fevereiro 2025
in Brasil
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A comemoração foi tripla quando o resultado do Concurso Público Nacional Unificado (CNU) foi divulgado. Francisco de Assis, Daiana dos Santos, a esposa, e Elisângela de Assis, a irmã, foram aprovados para vagas na Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Os irmãos são da etnia Pankararu, e Daiana é da etnia Atikum-Umã..

“A felicidade na família foi grande. Os três aprovados nas vagas imediatas para o órgão que nos assiste. Queremos a reestruturação da Funai, a gente luta no movimento há muito tempo”, disse Francisco.

Notícias relacionadas:Decreto reserva 30% das vagas para indígenas nos concursos da Funai.De acordo com a própria Funai, é a primeira vez que um concurso para o órgão é realizado com reserva de vagas para indígenas. Do total das 502 vagas ofertadas, 30% devem ser preenchidas por candidatos indígenas. O objetivo é garantir maior diversidade e inclusão, além de fortalecer o órgão. Segundo a Funai, 9.339 indígenas se inscreveram para as provas que ocorreram no dia 18 de agosto de 2024.

 Franciso Manoel de Assis Filho, comemorou a aprovação para Funai. Foto: Franciso Manoel de Assis Filho/Arquivo Pessoal

Francisco ficou em primeiro lugar para indigenista especializado – engenheiro agrônomo. Ele está finalizando o doutorado e atualmente trabalha como extensionista rural no Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). Para ele, a aprovação na Funai significa muito mais do que apenas assumir um cargo público.

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“A gente é do movimento indígena, sabe das reivindicações, conhece a realidade da Funai. Não é uma questão de apenas se tornar um servidor público federal, mas de contribuir com a entidade que, de fato, nos assiste, e que é competente para todos os pleitos”, disse.

A expectativa agora é “tentar ajudar no que for possível, dentro da nossa área de expertise, ralar diariamente e dar o melhor de nós.”.

Anos de estudo

A família vive em uma área – Taboa Pankararu – que fica entre Petrolândia (PE) e a Aldeia Brejinho da Serra, e onde Francisco é uma das lideranças. Da aldeia para cidade de Petrolândia são cerca de 18 km.

Daiana, esposa de Francisco, foi aprovada em 43º lugar como indigenista especializada – qualquer área do conhecimento. “Sinceramente, ainda não caiu a ficha mesmo tendo visto o resultado, tanto que nem divulguei ainda”, afirmou.

Daiana Gonçalves dos Santos é bacharel em enfermagem e especialista em saúde indígena. Foto: Daiana Gonçalves/Arquivo Pessoal

Ela é bacharel em enfermagem e especialista em saúde indígena. “Muitas comunidades estão desassistidas por falta de pessoal. Por já ter experiência em saúde indígena e amar trabalhar junto às nossas comunidades tive a certeza que, sendo servidora da Funai, estarei durante toda minha vida profissional trabalhando com o que me faz feliz, ajudando meu povo e meus parentes indígenas, independente da etnia que trabalharei.”

O casal tem um filho de 4 anos e aguarda agora a convocação e a definição de onde irão trabalhar. Eles esperam poder ficar próximos à aldeia e à família.  

Elisângela Silva de Assis é bacharel em engenharia agronômica. Foto: Elisângela Silva de Assis/Arquivo Pessoal

Uma integrante da família também estará no mesmo órgão, Elisângela, que é irmã de Francisco e mora ao lado do casal em Petrolândia. Assim como o irmão, ela foi aprovada para a vaga de indigenista especializada – engenheira agrônoma, e ficou em quinto lugar. “Foi gratificante, pois além de poder exercer a profissão de formação no órgão que nos assiste, poderei ajudar nosso povo e os parentes. Fiquei feliz em ver o resultado de anos dedicados ao estudo, a agricultura e ao nosso povo”, diz.

Bacharel em engenharia agronômica, ela acredita que foi o conhecimento adquirido ao longo da carreira que possibilitou sua aprovação. “Procuro sempre estar atualizada na minha área profissional e em todas atualidades, pois o conhecimento é a única coisa que ninguém vai tirar de você, além de ser transformador de vidas”.

A Funai é especial para Elisângela.

“É o órgão que nos representa, que nos assiste enquanto indígenas, garante a preservação dos nossos territórios, cultura, costumes, modo de vida de cada povo indígena do país. Escolhi a Funai com o intuito de trabalhar em prol do meu povo e dos parentes de outras etnias, ajudando na reestruturação da mesma, que é vital para garantir nossos direitos.”

Reestruturação da Funai

A Funai passa por um processo de reestruturação após o governo de Jair Bolsonaro. Nesse período, a fundação perdeu capacidade de atuação e recebeu críticas sobre posicionamentos que não eram favoráveis aos povos indígenas.

Em 2023, já no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a Funai chegou até mesmo a pedir desculpas às famílias do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, assassinados em junho de 2022 no Vale do Javari, no Amazonas, por nota divulgada pelo órgão no mesmo mês. Segundo a própria Funai, a nota ameaçava a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) de processo judicial e trazia uma série de inverdades contra Bruno e Dom. 

Em 2024, foi instituído um grupo de trabalho (GT) para a reestruturação do órgão e dos cargos. Segundo a Fundação é a primeira vez, em 56 anos de que um grupo de trabalho instituído com essa finalidade é composto por servidores da Funai, representantes do Ministério dos Povos Indígenas, de organizações indígenas e entidades sindicais que representam os servidores.

Cadastro reserva

Graduado em nutrição, Ezaul Santos espera ser chamado no cadastro reserva. Foto: Ezaul Santos/Arquivo Pessoal – Ezaul Santos/Arquivo Pessoal

Para Ezaul Santos, da etnia Nukini, em Mâncio Lima (AC), a convocação dos indígenas vai ajudar a transformar a Funai.

“Foi muito importante essa briga pelo espaço, até para os próprios indígenas poderem ocupar um espaço que é seu. Um espaço para trabalhar com as pessoas das suas aldeias, as pessoas da sua região. Quem conhece as nossas regiões, quem conhece nossas aldeias, somos nós”, ressaltou.

Ezaul, que é graduado em nutrição e ciências ficou em 57º lugar para indigenista especializada – qualquer área do conhecimento, o que o colocou no cadastro reserva. Atualmente ele trabalha no Distrito Sanitário Especial de Saúde de Indígenas Alto Rio Juruá, do Ministério da Saúde.

“Com certeza está entrando uma galera muito capacitada, indígenas muito capacitados que tiveram que sair de suas aldeias para fazer sua graduação, que hoje vão estar dando retorno ao serviço público federal.”

Ezaul e os demais classificados dentro do cadastro reserva estão se mobilizando pela convocação. Eles defendem que a Funai precisa dos funcionários, como ficou provado no trabalho realizado pelo GT. “O cadastro de reserva vai ser muito importante porque apenas as vagas oferecidas não vão suprir nem a metade da demanda apresentada hoje pela instituição.”

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Tags: Agencia BrasilBrasilNotícias

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