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Arnaldo Antunes canta e recita Leminski na abertura da Flip, em Paraty

Arnaldo Antunes canta e recita Leminski na abertura da Flip, em Paraty

A Onça by A Onça
8:40 quinta-feira, 31 julho 2025
in Brasil
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“Paulo Leminski era um elo entre a cultura e a contracultura. Ao mesmo tempo, erudito e popular, fácil e difícil, caprichoso e relaxado. Sempre libertário na forma e no conteúdo.”

O poeta e músico Arnaldo Antunes compartilhou memórias da relação que tinha com o autor homenageado pela 23ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), na noite desta quarta-feira (30) durante a mesa de abertura do evento.

Notícias relacionadas:Flip terá Arnaldo Antunes na abertura e homenagem a Paulo Leminski.Além de apresentar e comentar obras de seu amigo Leminski, o artista lembrou cenas que viveram juntos e contou da parceria entre os dois na arte. Foi aplaudido diversas vezes após recitar poesias e cantar no palco. Ao final, os aplausos vieram do público em pé.

“Quando eu conheci a poesia dele, era como uma peça que se encaixava, para mim, entre a poesia concreta e a tropicália”, lembrou.

Homenageado desta edição, Paulo Leminski (Curitiba, 1944-1989) é conhecido especialmente pela poesia. No entanto, ele foi também ensaísta, biógrafo, músico, publicitário, judoca faixa-preta e tradutor de autores como Samuel Beckett, James Joyce e Petrônio.

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“Ele discorria com desenvoltura sobre poesia de várias épocas, línguas e culturas. Mas era uma erudição sem ostentação, sem empáfia nenhuma, trazendo dos clássicos o que era vital, o que continua a nos dizer alguma coisa hoje em dia”, disse Antunes.
 

Abertura da 23ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) no Auditório da Matriz – Rovena Rosa/Agência Brasil

Abertura da Flip

O Auditório da Matriz estava lotado para o evento, mas quem ficou de fora também conseguiu assistir à abertura da Festa pelo Auditório da Praça – um telão e cadeiras sob uma grande tenda, instalados ao lado da Igreja da Matriz. A transmissão pôde ser vista a partir da praça em frente e também das ruas laterais.

Curadora da Flip, Ana Lima Cecilio contou que a poesia está espalhada pela cidade, não só no programa principal, mas no palco Caprichos e Relaxos e em todas as casas parceiras.

“O Leminski serviu como norte pra montar uma programação, além de cheia de poesia, com muita arte misturada. Ele fazia também música e pensava poemas visuais. Isso está refletido na programação inteira”, disse.

A curadora lembrou que Leminski, além de amigo, foi uma grande inspiração para Antunes: “Eles eram muito próximos, não só na amizade mas também na arte. É uma bela abertura pra inaugurar essa festa na cidade, que está linda”.

Amizade e parceria

Entre as histórias da carreira de Leminski, Arnaldo Antunes ressaltou as biografias bastante diversas que ele escreveu. “Ele fez a biografia de [Jesus] Cristo, de [Matsuo] Bachô, de Cruz e Souza e de [Leon] Trotsky. Isso revela a explosão dos interesses dele, o olhar multifacetário que ele tinha.”

Arnaldo Antunes contou que conheceu a obra do Leminski antes de conhecê-lo pessoalmente. O primeiro contato foi com o romance Catatau, que ganhou de presente no final dos anos 70.

“Me deslumbrou pelo seu jorro extenso e intenso de insights”, disse Antunes.

“Eu li sem me prender ao enredo, mas tomado por aqueles jogos sonoros de aliterações, paronomásias, redes de sons e sentidos e subversões sintáticas – tudo que ele trazia”, acrescentou.

Paulo e Arnaldo se conheceram pessoalmente por volta de 1985: “Eu lembro de ter uma empatia imediata com ele quando conheci. Ele era do tipo da pessoa que te deixava inteiramente à vontade logo de cara.” 

Arnaldo Antunes contou que algumas vezes chegou a hospedar Leminski e sua esposa à época Alice Ruiz, também poeta, em seu apartamento em São Paulo, que ficava na esquina da Avenida Paulista com a Avenida Consolação, onde morava com Go, com quem era casado.

“Eu lembro deles chegando, o Paulo chegava com um casaco de couro, já punha um disco do Sex Pistols na vitrola e falando mil coisas, fazia uma resenha cultural incrível de tudo que estava acontecendo. Tocava as músicas dele no violão, ele tinha um jeito meio brutalista de tocar violão, bem incorporando a coisa punk”, lembrou o cantor.

Em uma dessas visitas, eles compuseram uma música juntos. “É uma canção chamada UTI, que foi gravada por uma banda chamada Clínica”, disse, tirando risos do público.

Poeta e músico Arnaldo Antunes celebra a obra do homenageado da Flip Paulo Leminski, no Auditório da Matriz – Rovena Rosa/Agência Brasil

Vida e poesia

Ao recordar um Rèveillon que passaram juntos na presença de vários amigos, Arnaldo contou como Leminski vivia a poesia: “Ele chegou nesse Réveillon dando de presente para as pessoas, eu não sei se manuscritos ou datilografados, os poemas mais recentes que ele havia feito, presenteando as pessoas”, lembrou.

“Isso é um exemplo de como ele vivia a poesia. A criação das artes em geral não é algo para comentar a vida, é uma manifestação de vida. E o Leminski entendia isso melhor do que ninguém.”

Para Antunes, Leminski é dessas pessoas que fazem falta para a cena cultural. “Foram poucos anos de convívio, mas que deixam muitas saudades”, disse.

“Na cena cultural, ele faz muita falta, assim como o Wally Salomão, o Décio Pignatari, o Haroldo de Campos, a Cássia Eller, o Itamar Assunção, o Zé Celso. São esses buracos que ficam”, acrescentou.

Programação oficial

O programa oficial da festa internacional de Paraty é composto por 21 mesas literárias, com autores brasileiros e estrangeiros, e curadoria de Ana Lima Cecilio. Confira a programação.

As mesas ocorrem no Auditório da Matriz, com transmissão ao vivo no Auditório da Praça, pelo site e YouTube da Flip e pelo canal Arte1.

Entre os poetas convidados, nesta edição, estão Alice Ruiz, Claudia Roquette-Pinto, Lilian Sais, Marília Garcia e Sergio Vaz.

*A repórter viajou a convite da Motiva, patrocinador e parceiro oficial de mobilidade da Flip 2025.

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