O governo do estado de São Paulo emitiu um alerta, nesta quinta-feira (16), para pais e responsáveis sobre a importância da vacina do HPV (papilomavírus humano) para adolescentes. A campanha de vacinação para evitar a doença acontece durante todo o mês de outubro e o governo estadual está preocupado com a baixa adesão ao imunizante, principalmente entre os meninos de 9 a 14 anos de idade. Neste ano, segundo dados do Ministério da Saúde, esse grupo representou uma cobertura de vacinação de apenas 67,7%.
As meninas, na mesma faixa etária, têm uma cobertura vacinal maior, de 79,8%, contudo, ao observar somente as garotas de 14 anos de idade, o grupo apresenta cobertura de 98,3%.
Notícias relacionadas:Vacina contra HPV reduz em 58% casos de câncer de colo de útero.Governo amplia mobilização de vacina contra HPV em jovens até dezembro.Brasil recebe lote de medicamento para tratar câncer de mama no SUS.Os dados do Ministério da Saúde apontam que pais e responsáveis levam, eventualmente, as meninas para serem vacinadas contra o HPV, mas o mesmo não ocorre com os meninos.
A cobertura vacinal de meninos, com 14 anos, é de 75,5%, um número próximo da média das idades indicadas para a vacinação contra o vírus.
A imunização contra o HPV é a forma mais segura e eficaz de prevenir diversos tipos de câncer, como o de colo do útero, vulva, vagina, pênis, ânus e orofaringe.
“Apesar de termos um programa de imunização amplo e eficiente, muitas pessoas ainda não se vacinam. Entre as meninas, a taxa vem crescendo, e hoje cerca de 80% já receberam ao menos uma dose. Entre os meninos, porém, esse número é menor, cerca de 60%. É essencial continuar informando sobre a eficácia e segurança da vacina para que possamos, com o tempo, reduzir as doenças causadas pelo vírus”, alerta a professora doutora Luisa Lina Villa, chefe do Laboratório de Inovação em Câncer do Centro de Investigação Translacional em Oncologia (CTO) do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).
A transmissão do vírus acontece principalmente por via sexual, por isso é sugerido que a vacina seja aplicada antes do início dessa fase, entre os 9 e 14 anos. Também é possível ocorrer a infecção pelo contato direto com regiões da pele ou mucosas infectadas.
Quem deve se vacinar:
Meninas e meninos de 9 a 14 anos e, até dezembro de 2025, de 15 a 19 anos;
pessoas de 9 a 45 anos em condições clínicas especiais, como as que vivem com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos (imunossuprimidos);
vítimas de abuso sexual; e
pessoas portadoras de papilomatose respiratória recorrente (PRR).
Para tirar dúvidas da população sobre a vacinação, o governo de São Paulo criou o portal Vacina 100 Dúvidas. A ferramenta aborda as 100 perguntas mais frequentes nos buscadores da internet, como efeitos colaterais, eficácia das vacinas, doenças imunopreveníveis e os perigos da falta de imunização.
* Estagiário sob supervisão de Odair Braz Junior