Acordo assinado entre o presidente da Fundação Biblioteca Nacional do Brasil (FBN), Marco Lucchesi, com o diretor da Biblioteca Nacional da Palestina, ex-ministro da Educação daquele Estado, Marwan Awartani, garantiu o envio de livros de 21 autores brasileiros àquela instituição e a centros culturais locais, traduzidos para o árabe.
Enviados com auxílio do Itamaraty, os livros serão distribuídos mensalmente às instituições pelo embaixador brasileiro junto ao Estado Palestino, João Marcelo Queiroz. O protocolo foi assinado no escritório da representação do Brasil na Cisjordânia, Palestina. Marco Lucchesi participou por videoconferência.
Notícias relacionadas:Alcione ganha tributo em programa especial da Rádio Nacional.Plano Nacional de Cultura vai orientar políticas nos próximos 10 anos.Encontro em Brasília reunirá mais de 600 agentes de cultura .Em entrevista nesta segunda-feira (17) à Agência Brasil, Marco Lucchesi destacou que a FBN trabalha a favor da cultura de paz, realizando a diplomacia do livro “no sentido da tradição antiga, que sempre existiu, porque os livros eram a biblioteca dos reis, dos presidentes, só que agora ela está ligada à cidadania”. Segundo Lucchesi, há compreensão de que houve um deslocamento do processo e, hoje, todos estão mergulhados em uma cidadania global.
“Uma cidadania em que os laços humanitários, solidários e fraternos agora atravessam as fronteiras”. Com isso, a diplomacia do livro se realiza em uma perspectiva da cultura de uma paz solidária, acentuou o presidente da FBN. “A Palestina assume uma paisagem extremamente importante e solidária, da mesma forma que o Haiti”, salientou Lucchesi.
A imigração dos povos árabes para o Brasil criou laços muito antigos que se renovam agora com essa proposta. A BN assinou anteriormente com a Câmara Árabe do Livro acordo de cooperação técnica, devido à existência no Brasil de muitos jornais escritos em árabe e publicados no país. “É um acordo que é a favor de todos. Não é contra ninguém. É um acordo a favor da paz, da solidariedade dos povos”, ressalta Lucchesi.
A imigração dos povos árabes para o Brasil criou laços muito antigos que se renovam agora com essa proposta. A BN assinou anteriormente com a Câmara Árabe do Livro acordo de cooperação técnica, devido à existência no Brasil de muitos jornais escritos em árabe e publicados no país. “É um acordo que é a favor de todos. Não é contra ninguém. É um acordo a favor da paz, da solidariedade dos povos”.
Para 2026, a FBN está propondo à BN da Palestina a realização de cursos de preservação e conservação do ponto de vista digital e físico, bem como a realização de seminários. Está prevista uma visita de Marco Lucchesi à Palestina, integrando comitiva de autoridades brasileiras.
Marwan Awartani (direita), João Marcelo Queiroz (esquerda) e presidente da FBN (tela) firmam acordo. – Foto da representação brasileira na Palestina/ divulgação/Divulgação
Haiti
Também foi firmado acordo com o Haiti que permitirá que uma equipe daquele país, liderada pelo diretor da Biblioteca Nacional local, Dangelo Neard, seja recebida na FBN, no Rio de Janeiro, provavelmente no início do próximo ano. “No caso do Haiti, nós vamos oferecer para eles, in loco, um curso de conservação e preservação”. Marco Lucchesi lembrou a importância da iniciativa, tendo em vista que a biblioteca daquele país sofreu perda muito importante de acervo no ano passado, com a atuação de grupos armados que incendiaram e saquearam a BN haitiana. A BN do Brasil também disponibilizará um curso online sobre restauração de acervos em francês, para a equipe da BN haitiana.
De acordo com Lucchesi, a BN do Brasil tem uma responsabilidade muito grande com as bibliotecas da América Latina, já que assumiu a vice-presidência da Associação de Estados Ibero-Americanos para o Desenvolvimento das Bibliotecas Nacionais dos Países Ibero-Americanos (Abinia). “Por isso e por outras razões, damos assistência a diversas bibliotecas da América Latina”.
França
Na semana passada, foi firmado acordo com a BN da França, que aposta também nas tecnologias novas da informação. No próximo dia 25, a FBN vai inaugurar exposição com curadorias francesa e brasileira para celebrar os 200 anos de relações entre os dois países. Outro acordo importante é com o Vaticano. Em 2026, Marco Lucchesi terá encontro com o Papa Leão 14, que será presenteado com livro publicado pela BN brasileira. Além disso, está programada para janeiro a inauguração, na Universidade Gregoriana, de uma exposição virtual da FBN para celebrar os 200 anos de relacionamento da Santa Sé com o Brasil.
Lucchesi reforçou que além da diplomacia do livro, há uma grande rede de comunicação entre as bibliotecas nacionais do mundo. “Elas se abrem e oferecem seus serviços para os leitores e pesquisadores. Essa é a nossa paixão, o nosso destino”, concluiu.