O governo federal decidiu adiar o Concurso Público Nacional Unificado, após chuvas deixarem quase 40 mortos no Rio Grande do Sul e temporais atingirem Santa Catarina nos últimos dias.
As provas seriam realizadas no próximo domingo (5). O anúncio oficial foi feito na tarde desta sexta, pela ministra Esther Dweck (Gestão).
Ainda não há nova data para a realização das provas, disse ela.
Dweck diz que as provas estão hoje em local seguro e que o mais provável é que, quando o concurso for remarcado, sejam usados os mesmos testes.
O concurso unificado, que é também chamado de “Enem dos concursos”, recebeu 2,1 milhões de inscrições. A organização esperava aplicar as provas em 228 cidades, embora os inscritos sejam de 5.555 municípios.
No Rio Grande do Sul, são 80.348 inscritos (4% do total), que seriam divididos em dez cidades que receberiam a prova: Bagé, Caxias do Sul, Farroupilha, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Sana Maria, Santo Ângelo e Uruguaiana.
A maior parte dos inscritos do estado está na capital gaúcha, com 38.292 candidatos.
Já são ao menos 37 mortes no Rio Grande do Sul. A informação é da Defesa Civil do estado na manhã desta sexta-feira (3). Há um total de 74 pessoas desaparecidas.
De acordo com a Defesa Civil estadual, 235 municípios foram afetados pela chuva. Há 7.949 pessoas em abrigos e outras 23.598 estão desalojadas. No total, são 351.639 afetados e 74 feridos nesta manhã.
Segundo a ministra, o custo do concurso era inferior ao que foi arrecadado nas inscrições, mas ainda não há previsão sobre quanto será necessário para reaplicar a prova. Ela afirma que parte das verbas previstas não será usada agora, como, por exemplo, o pagamento dos fiscais.
O valor necessário sairá do orçamento da União, disse Dweck.
Para garantir o adiamento, um acordo foi assinado no Palácio do Planalto entre União, AGU (Advocacia-Geral da União), DPU (Defensoria Pública da União) e Rio Grande do Sul, por meio da procuradoria do estado.
O governo viveu uma divisão sobre o tema devido ao risco jurídico de adiar o concurso. Como não existe um banco de provas disponível para o Concurso Unificado, que será realizado pela primeira vez, haveria risco de as provas aplicadas no estado terem uma grau de dificuldade diferente, abrindo brecha para judicialização.
Ainda não há definição quanto à nova data da prova.
Os editais do concurso não preveem reaplicação em nenhuma hipótese, mesmo em caso de desastres naturais.