A Comissão de Educação, Cultura e Desporto da ALEMS realizou reunião nesta terça-feira (16) para debater a valorização salarial dos docentes da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). O encontro foi presidido pelo deputado Professor Rinaldo Modesto (Podemos) e contou com a participação de representantes da Associação dos Docentes da UEMS (Aduems), além da deputada Gleice Jane (PT), vice-presidente do grupo.
Durante a reunião, a Aduems apresentou à Comissão as principais demandas da categoria, com destaque para a defasagem salarial acumulada desde 2014, que ultrapassa 44%. Segundo a entidade, o crescimento institucional da universidade nos últimos anos, com ampliação de cursos, campi e produção acadêmica, não foi acompanhado por uma política de recomposição salarial dos professores.
O secretário-geral da Aduems, professor Volmir Cardoso, docente do curso de Letras da UEMS em Campo Grande, ressaltou que os professores são responsáveis diretos pelo ensino, pesquisa e extensão desenvolvidos na universidade e, ainda assim, enfrentam um longo período de arrocho salarial. Ele também alertou para outras preocupações da categoria, como o número limitado de vagas em regime de dedicação exclusiva, que pode comprometer o ingresso de novos docentes nesse modelo de trabalho, e a situação dos professores aposentados que não conseguiram alcançar os níveis mais altos da carreira antes das mudanças recentes.
“O piso da carreira docente da universidade hoje é inferior ao piso do magistério da educação básica, estabelecido por lei federal. Isso gera um sentimento de desvalorização, especialmente considerando a alta qualificação exigida para o exercício da docência no ensino superior”, pontuou Volmir.
Diálogo institucional
O presidente da Aduems, professor Marcelo Batarce, que leciona no curso de Matemática da UEMS em Dourados, destacou que a reunião também representa um primeiro momento de diálogo institucional com a Comissão de Educação. Segundo ele, além da recomposição salarial, a entidade defende medidas relacionadas à carreira docente, à situação dos aposentados e ao fim da contribuição previdenciária de 14% para professores inativos, pauta que integra um debate nacional.
Batarce também contextualizou o cenário interno da universidade, marcado recentemente por um processo eleitoral conturbado no sindicato e por discussões políticas sensíveis dentro da instituição. “Apesar desse contexto, a defasagem salarial é, sem dúvida, a principal reivindicação da categoria, e estamos buscando interlocução com o governo por diferentes frentes”, afirmou.
O deputado Professor Rinaldo Modesto reforçou o papel da Comissão de Educação como espaço de escuta e encaminhamento das demandas. Ele reconheceu a existência de disparidades salariais entre docentes da educação básica e do ensino superior e afirmou que a Comissão irá levar as reivindicações apresentadas ao Governo do Estado.
“Nossa missão é ouvir, dialogar e encaminhar ao Executivo demandas que são legítimas. A valorização do professor é fundamental para a qualidade da educação em Mato Grosso do Sul”, destacou o parlamentar.
A Comissão de Educação, Cultura e Desporto tem entre suas atribuições a análise de matérias relacionadas à educação em todos os níveis, cultura, esporte e políticas públicas voltadas ao desenvolvimento humano. O grupo também conta com os deputados Junior Mochi (MDB), Caravina e Mara Caseiro (PSDB) como membros titulares.





