A artista sul-mato-grossense Emy Santos foi selecionada para representar o Brasil na Temporada Cultural Brasil-França 2025, por meio da bolsa Funarte Brasil Conexões Internacionais, e levará sua arte ao prestigiado Festival OFF Avignon, na França. Única representante do Centro-Oeste na categoria teatro, Emy é também a única pessoa do Mato Grosso do Sul contemplada na área, entre mais de 140 propostas inscritas em todo o país.
O edital recebeu 143 projetos, dos quais 124 foram considerados aptos à avaliação. Ao final, 20 criadores foram selecionados para integrar as comitivas brasileiras nos dois principais eventos culturais da temporada: o Festival OFF Avignon, em julho, e a Bienal de Dança de Lyon, em setembro. O aporte total do edital é de R$ 320 mil, e cada artista selecionado na área de teatro receberá R$ 15 mil, valor que cobre passagens, hospedagem, alimentação, seguro viagem, ingressos e participação em workshops.
A temporada é promovida pelo Instituto Guimarães Rosa, Institut Français (Paris), em parceria com as embaixadas do Brasil e da França, e coordenação dos Ministérios das Relações Exteriores e da Cultura dos dois países.
Representatividade e resistência
Formada em Artes Cênicas pela UEMS, Emy Santos — que também assina como Afro queer do Centro-Oeste — é fundadora da coletiva De Trans Pra Frente, a primeira no estado composta exclusivamente por pessoas trans e travestis. Com um trabalho que une arte, educação e militância, Emy tem se destacado nacionalmente por seu protagonismo e por romper barreiras históricas.
“De Mato Grosso do Sul, eu sou a única representante nesse edital da Funarte. Fui selecionada com tudo pago, ajuda de custo, passagem, hospedagem, para vivenciar e fazer essas conexões entre Brasil e França”, conta. Ao retornar, a artista desenvolverá um projeto com apoio da Fundação de Cultura de MS, no qual irá compartilhar os conhecimentos e experiências adquiridos no intercâmbio internacional.
Emy já foi premiada nacionalmente com o Prêmio Pretas Potências (2023), além de ter sido contemplada pelo edital federal Sérgio Mamberti como agente cultural LGBTQIAPN+ no Centro-Oeste — sendo a única travesti preta reconhecida nessa categoria.
Atualmente, integra o grupo de pesquisa Corpo Sendo (CNPq), atua como professora na Rede Pública Municipal de Ensino de Campo Grande, e é diretora e intérprete do espetáculo “Culto das Travestis” (2024), uma cena contemporânea que mistura arte e vida, e evidencia a força da produção trans brasileira.
“É romper com o sistema”
Para Emy, sua trajetória e conquista representam mais do que um passo individual.
“Por muito tempo, travestis negras não ocuparam o lugar da educação, da arte, da cultura, sendo reconhecidas. Romper com essas barreiras é criar possibilidades tanto pra mim quanto pra muitas outras pessoas que se identificam comigo, com o meu trabalho”, afirma.
“É sair das estatísticas. É mostrar que pessoas trans e travestis podem, sim, representar Mato Grosso do Sul, podem, sim, representar o Brasil, em um festival como esse.”
A seleção de Emy Santos não apenas reconhece seu talento, mas também reafirma a potência da arte feita a partir da diversidade e da luta. Sua presença na França será um marco para o teatro brasileiro — e um grito de resistência para corpos historicamente silenciados.
A artista sul-mato-grossense Emy Santos foi selecionada para representar o Brasil na Temporada Cultural Brasil-França 2025, por meio da bolsa Funarte Brasil Conexões Internacionais, e levará sua arte ao prestigiado Festival OFF Avignon, na França. Única representante do Centro-Oeste na categoria teatro, Emy é também a única pessoa do Mato Grosso do Sul contemplada na área, entre mais de 140 propostas inscritas em todo o país.
O edital recebeu 143 projetos, dos quais 124 foram considerados aptos à avaliação. Ao final, 20 criadores foram selecionados para integrar as comitivas brasileiras nos dois principais eventos culturais da temporada: o Festival OFF Avignon, em julho, e a Bienal de Dança de Lyon, em setembro. O aporte total do edital é de R\$ 320 mil, e cada artista selecionado na área de teatro receberá R$ 15 mil, valor que cobre passagens, hospedagem, alimentação, seguro viagem, ingressos e participação em workshops.
A temporada é promovida pelo Instituto Guimarães Rosa, Institut Français (Paris), em parceria com as embaixadas do Brasil e da França, e coordenação dos Ministérios das Relações Exteriores e da Cultura dos dois países.
Representatividade e resistência
Formada em Artes Cênicas pela UEMS, Emy Santos — que também assina como Afro queer do Centro-Oeste — é fundadora da coletiva De Trans Pra Frente, a primeira no estado composta exclusivamente por pessoas trans e travestis. Com um trabalho que une arte, educação e militância, Emy tem se destacado nacionalmente por seu protagonismo e por romper barreiras históricas.
“De Mato Grosso do Sul, eu sou a única representante nesse edital da Funarte. Fui selecionada com tudo pago, ajuda de custo, passagem, hospedagem, para vivenciar e fazer essas conexões entre Brasil e França”, conta. Ao retornar, a artista desenvolverá um projeto com apoio da Fundação de Cultura de MS, no qual irá compartilhar os conhecimentos e experiências adquiridos no intercâmbio internacional.
Emy já foi premiada nacionalmente com o Prêmio Pretas Potências (2023), além de ter sido contemplada pelo edital federal Sérgio Mamberti como agente cultural LGBTQIAPN+ no Centro-Oeste — sendo a única travesti preta reconhecida nessa categoria.
Atualmente, integra o grupo de pesquisa Corpo Sendo (CNPq), atua como professora na Rede Pública Municipal de Ensino de Campo Grande, e é diretora e intérprete do espetáculo “Culto das Travestis” (2024), uma cena contemporânea que mistura arte e vida, e evidencia a força da produção trans brasileira.
“É romper com o sistema”
Para Emy, sua trajetória e conquista representam mais do que um passo individual.
“Por muito tempo, travestis negras não ocuparam o lugar da educação, da arte, da cultura, sendo reconhecidas. Romper com essas barreiras é criar possibilidades tanto pra mim quanto pra muitas outras pessoas que se identificam comigo, com o meu trabalho”, afirma.
“É sair das estatísticas. É mostrar que pessoas trans e travestis podem, sim, representar Mato Grosso do Sul, podem, sim, representar o Brasil, em um festival como esse.”
A seleção de Emy Santos não apenas reconhece seu talento, mas também reafirma a potência da arte feita a partir da diversidade e da luta. Sua presença na França será um marco para o teatro brasileiro — e um grito de resistência para corpos historicamente silenciados.