Na noite de domingo (17), uma enfermeira foi agredida dentro da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon, em Campo Grande, e chegou a desmaiar após receber um soco no rosto de um paciente psiquiátrico.
O agressor, que estava internado na unidade, é acompanhado pelo Caps (Centro de Atenção Psicossocial), possui diagnóstico de esquizofrenia, faz uso de drogas e não estava sob contenção física ou química. Testemunhas relataram que ele se levantou do leito, atingiu a profissional e, em seguida, retornou para a cama, como se nada tivesse acontecido.
A enfermeira foi socorrida imediatamente e levada para a área vermelha da UPA, onde recebeu os primeiros atendimentos. Depois, foi encaminhada ao hospital para realizar exames, entre eles uma tomografia.
O presidente do Sinte (Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Enfermagem), Ângelo Macedo, avaliou que a agressão expõe a fragilidade na segurança das unidades de saúde. Segundo ele, casos como esse deixam marcas não apenas físicas, mas principalmente emocionais, que podem acompanhar os profissionais por toda a vida. Ele lembrou que muitos trabalhadores, após situações semelhantes, precisam se afastar, enfrentam prejuízos financeiros e acabam recorrendo ao uso contínuo de medicamentos controlados.
Outro ponto destacado pelo dirigente sindical é a sobrecarga das UPAs e CRSs (Centros Regionais de Saúde), que acabam servindo de espaço para internações prolongadas de pacientes psiquiátricos, quando deveriam se dedicar exclusivamente a atendimentos de urgência.
A ocorrência foi atendida pela Guarda Civil Metropolitana, e um boletim deve ser registrado na Polícia Civil. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) foi procurada pela reportagem para esclarecer os protocolos aplicados em casos como esse e informar sobre o estado de saúde da profissional, mas ainda não respondeu.