O Tribunal do Júri de Paranaíba, em Mato Grosso do Sul, condenou a 44 anos e 5 meses de prisão o homem responsável por um feminicídio brutal ocorrido em 29 de agosto de 2023. A vítima, uma mulher de 42 anos, foi assassinada pelo ex-marido mesmo estando amparada por medidas protetivas de urgência expedidas pela Justiça.
As investigações conduzidas pela Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) revelaram que o autor do crime permaneceu escondido por 36 horas em um salão comercial anexo à residência da vítima, à espreita. Ele aguardou o momento em que o filho da mulher deixou a casa para então atacá-la com extrema violência. A vítima foi golpeada com uma faca no pescoço, tendo a jugular e a laringe seccionadas.
Câmeras de segurança flagraram o desespero da mulher saindo ferida para a rua apenas 31 segundos após a saída do filho, o que demonstra a rapidez e frieza da ação criminosa e a total impossibilidade de defesa da vítima.
A motivação para o crime, segundo as investigações, foi a não aceitação do fim do relacionamento por parte do agressor. Ele ainda acusava a mulher de estar se relacionando com outra pessoa, demonstrando um comportamento possessivo e controlador, típico de feminicídios movidos por sentimento de posse.
O autor foi preso em flagrante no mesmo dia do crime e permaneceu custodiado no Estabelecimento Penal de Paranaíba (EPPAR) até o julgamento.
A delegada titular da DAM de Paranaíba, Eva Maira Cogo, comentou sobre a importância da condenação:
“Trata-se de um caso de extrema gravidade, que mobilizou toda a equipe da DAM desde os primeiros momentos. A condenação pelo Tribunal do Júri reforça o valor da vida das mulheres e a intolerância do sistema de justiça frente à violência de gênero. Atuamos com empenho técnico, agilidade investigativa e sensibilidade humana.”
Ela ainda reforçou que a decisão representa um marco na luta contra a violência doméstica:
“Trabalhamos todos os dias com o compromisso de proteger a vida de mulheres e meninas. Essa condenação reforça a importância da denúncia e da atuação integrada entre Polícia Civil, Ministério Público e Poder Judiciário.”