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Flip: 34 mil pessoas estiveram na festa que homenageou Leminski

Flip: 34 mil pessoas estiveram na festa que homenageou Leminski

A Onça by A Onça
15:57 segunda-feira, 4 agosto 2025
in Brasil
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Cerca de 34 mil pessoas passaram pela 23ª edição da Feira Literária de Paraty (Flip), que teve como autor homenageado Paulo Leminski e se encerrou neste domingo (3). O número, segundo a organização da festa literária, representa um aumento de 10% em relação ao público do ano passado. 

A abertura do evento, na quarta-feira (30), teve Arnaldo Antunes, amigo e parceiro artístico de Leminski, contando histórias e lendo trechos de suas obras no palco principal.

Notícias relacionadas:Conceição Evaristo na Flip: ficção preenche vazios da história oficial.Autoras contemporâneas dão voz a trabalhadoras domésticas na Flip.Arnaldo Antunes canta e recita Leminski na abertura da Flip, em Paraty.“Leminski era um elo entre a cultura e a contracultura. Sempre libertário na forma e no conteúdo”, disse Arnaldo Antunes, na ocasião. Considerado um dos grandes nomes da poesia brasileira do século XX, Leminski (Curitiba, 1944-1989), foi também ensaísta, biógrafo, músico, publicitário, judoca faixa-preta e tradutor de autores como Samuel Beckett, James Joyce e Petrônio.

Abertura da Flip em Paraty, por Rovena Rosa/Agência Brasil

As filhas do poeta consagrado, Estrela e Áurea Ruiz Leminski, compartilharam um pouco de suas histórias e suas perspectivas sobre as obras do pai, durante a participação em diversas atividades da Flip. A ex-companheira do autor, com quem esteve por 20 anos, a poeta Alice Ruiz também foi um dos destaques da programação principal.

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Estrela contou sobre o trabalho da família para que a obra de Leminski pudesse continuar se expandindo, chegando a mais pessoas e alcançando um espaço “que ele sempre mereceu e que ele sempre batalhou muito para estar”. 

“Os bastidores [após a morte] desse grande escritor é uma gestão de obra feita com muito amor por três mulheres que conviveram com ele e que pensam diariamente o que pode ser feito para esse cara ser mais conhecido”, explicou.

Para Estrela, que se tornou escritora, compositora e poeta, essa homenagem ao pai foi um momento de muita emoção. 

“É como se passasse um filme na minha cabeça, porque eu não consigo não pensar nele em casa produzindo. E, por ser filha, além de um lugar muito afetivo, tem um lugar de ver essa essa obra crescendo”, disse à Agência Brasil.

“Quando ele partiu, era um poeta importante para Curitiba. Ao longo do tempo, ele foi virando uma referência do Paraná. Hoje, ele já é um grande escritor do Brasil. A partir da [homenagem da] Flip, eu tenho certeza que ele é uma das referências internacionais. Ele vai ser um dos nomes [lembrados], quando as pessoas pensarem no Brasil”, ressaltou.

Estrela levou ao público da Flip um pouco das histórias familiares, por meio do romance Quando a inocência morreu, em atividade na Casa de Cultura, em que sua mãe Alice Ruiz fez a leitura de alguns trechos. A obra literária, que a autora chama de “biografia fantástica”, remete aos quatro avós que ela não conheceu, misturando pesquisa histórica e ficção.

23ª Festa Literária Internacional de Paraty, por Rovena Rosa/Agência Brasil

 

“Eu me baseio na minha árvore genealógica, então eu estou falando dos avós que eu não conheci e também de toda uma trajetória dos imigrantes. Eu falo dos antepassados do meu pai, então, de alguma forma, eu estou falando também de onde que tudo veio. Nos capítulos, aparecem livros, a questão do nomadismo e do despertencimento, muito sobre Curitiba, e são coisas que sempre permearam toda a obra do meu pai também”, relatou.

Presidente do Instituto Paulo Leminski, Áurea esteve na programação, falando do ponto de vista da produção cultural e sobre a gestão da obra do pai. 

“A gente vem trabalhando tanto para que a obra literária dele esteja sempre disponível para o público, não só no nível de abrangência e distribuição, mas também que sejam edições que despertem interesse nas pessoas”, disse, à Agência Brasil, ressaltando que há um cuidado com a parte gráfica e visual dos trabalhos.

Entre os desafios na gestão da obra de Leminski, Áurea apontou o trabalho de “se apresentar dentro de uma nova interface, porque hoje tem as redes sociais, e outras formas de divulgação que não existiam antes”, lembrou. 

Ela acrescentou que há um empenho para acompanhar essas tendências e para que o público continue interagindo com a obra de Leminski.

Inspiração

Sentada na plateia da Casa Flip+Motiva, Áurea se emocionou durante a leitura do conto Do lado de cá da fronteira, lido por sua autora, a professora gaúcha Carolina Panta, que aborda a perda do pai e constrói uma travessia emocional conduzida por um carro antigo e uma estrada silenciosa, com inspiração na obra de Leminski.

“Meu conto fala sobre a perda de um pai e sobre a maneira como os que partem continuam nos habitando. Uma presença que se espalha, silenciosa, pelos gestos de quem fica”, revelou Carolina, vencedora da 1ª edição do Concurso da Casa Flip+Motiva. 

Ao todo, foram avaliados 300 contos, todos inspirados no verso “que toda viagem/é feita só de partida”, extraído do poema V, de viagem, de Paulo Leminski. 

Áurea lembrou que, de todos os gêneros literários, o conto foi o que menos teve projeção ao longo da carreira de seu pai. No entanto, ressaltou que o gênero está em dois momentos muito importantes da trajetória artística de Leminski, no começo e no fim. 

“Um dos primeiros textos que ele escreveu foi Descartes com lentes, justamente um conto que passou por um concurso e, por um erro dos jurados, ficou em segundo lugar”, contou, tirando risos da plateia.

“Ele ficou tão bravo e indignado, ele não aceitou essa resposta dos jurados e resolveu escrever um romance, que é o Catatau, [a partir da ideia do conto]. Catatau é, sem dúvida nenhuma, a obra magna, a obra emblemática que ele nos deixou”, disse.

Na outra ponta da trajetória de Leminski, está o livro Gozo Fabuloso, uma publicação póstuma que reúne contos publicados no Jornal Nicolau, do Paraná. 

“A conta-gotas, ele foi colocando contos dentro desse jornal, e um dia ele falou: vou fazer uma organização e quero que esse livro saia”, revelou. 

Porém, o plano demorou a se concretizar. Áurea contou que os contos originais se perderam por duas vezes, mas foram encontrados entre os materiais de uma editora, num momento de quase falência.

“Encontraram no lixo praticamente. Foi encontrado os originais no meio de uns jornais que tinham sido dispensados”, lembrou a filha do poeta. 

“Dentro do conto, ele começa e termina. É lindo ver isso, a gente vê que as coisas se interligam e é maravilhoso ver o resultado do que vocês fazem”, disse, se voltando ao palco em que estava Carolina Panta.

Balanço

Com as tradicionais 20 mesas, mais uma mesa extra, o programa principal da 23ª Flip reuniu 36 autores e autoras, entre nomes emergentes e vozes veteranas, brasileiros e estrangeiros. Dentre as mesas, a organização informou que os maiores sucessos de público foram as participações de Gregorio Duvivier, Ilan Pappe, Marina Silva, Nei Lopes e Rosa Montero.

Houve ainda as programações da Flipinha, Flipzona, FlipEduca e Flip+. 

Neste ano, o número de Casas Parceiras da Flip aumentou, de 29 para 35, oferecendo quatro dias de programação com nomes importantes, como Conceição Evaristo, Ana Maria Gonçalves, Jamil Chade e Jean Willys, que também atraíram um grande público nestes dias de festa.

Na margem esquerda do Rio Perequê-açu, a Praça Aberta promoveu um encontro entre mais de 140 autores, coletivos editoriais e editoras independentes com coletivos locais de Paraty e da Costa Verde.

Mesas lotadas

A ofensiva de Israel contra a Palestina foi tema de debate na mesa Breve história do longo conflito, com o historiador israelense antissionista Ilan Pappe, uma referência nos estudos sobre a região. 

“Não acreditava que confrontar a história oficial de seu país poderia ser considerado um ato de traição”, disse, sobre sua trajetória como pesquisador.

Historiador israelense Ilan Pappé participa da mesa Breve história do longo conflito, na 23ª Festa Literária Internacional de Paraty – Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Diante de um auditório cheio e atento, explicou com profundidade e clareza como “o sionismo tornou-se um caso clássico de colonialismo de assentamento”. 

“A diferença entre os colonialistas e os colonialistas de assentamento é que os colonialistas querem explorar a população nativa, mas os colonialistas de assentamento querem se livrar da população local, eliminando-a”, denunciou.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, reuniu milhares de pessoas na mesa mais vista da edição, tanto na transmissão no YouTube da Flip quanto nos auditórios da festa. A ministra falou sobre a luta pela preservação do meio ambiente e políticas de devastação no contexto político atual.

“O licenciamento ambiental é a principal vértebra da proteção ambiental no Brasil. Não consigo ver como a gente conseguirá alcançar as metas de redução de emissão de CO² se o licenciamento for mutilado e desfigurado, como está sendo no PL [do licenciamento], na forma em que foi aprovado no Congresso”, lamentou a ministra sobre o Projeto de Lei 2.159/21, que trata das regras do licenciamento ambiental.

O palco do Auditório da Matriz recebeu o sambista e intelectual Nei Lopes, na mesa Senhora Liberdade. Em uma conversa com Luiz Antonio Simas, mediador da mesa e parceiro de longa data do autor, Nei Lopes falou sobre sua trajetória, histórias e aprendizados como pesquisador e como sambista.

“O samba realmente é uma cultura, é uma coisa completa. Existe todo um Brasil que deve extremamente à africanidade e eu assumi um compromisso com a minha ancestralidade”, disse.

* A equipe viajou a convite da Motiva, patrocinador e parceiro oficial de mobilidade da Flip 2025.

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Tags: Agencia BrasilBrasilNotícias

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