“Eu pedi para esperar, porque meu filho estava lá em cima. Mas o médico disse que, se não operasse, eu não conseguiria nem ficar com ele. Aí não tive escolha”, conta
O Hospital Cassems de Campo Grande viveu uma daquelas histórias que lembram que saúde também é sobre afeto. Maiele Carolina Simplício chegou como acompanhante do pequeno Heitor, levado às pressas com um quadro grave de pneumonia. O que ela não imaginava é que também viraria paciente, passaria por cirurgia e dividiria o quarto com o filho, tudo graças à sensibilidade da equipe da Caixa dos Servidores.
A saga começou com uma febre aparentemente comum que, em poucas horas, evoluiu para uma infecção séria. Exames revelaram comprometimento pulmonar e Heitor precisou ser transferido para a UTI, intubado e monitorado de perto.
Enquanto o coração de mãe apertava, o corpo cobrou. Em meio às madrugadas de vigília e preocupação, Maiele sentiu a famosa dor de cálculo renal — cólica que não perdoa. Ela foi atendida no Pronto Atendimento e a equipe recomendou cirurgia imediata.
“Eu pedi para esperar, porque meu filho estava lá em cima. Mas o médico disse que, se não operasse, eu não conseguiria nem ficar com ele. Aí não tive escolha”, conta.
Quarto compartilhado, cuidado compartilhado
Após a cirurgia, veio o gesto que faz diferença: a equipe organizou para que mãe e filho permanecessem juntos no mesmo quarto, antes e depois do procedimento.
Foram 45 dias de internação, entre lágrimas, medo, fé e gratidão. Nesta semana, os dois deixaram o hospital — juntos, como lutaram desde o início.
“Eu fiquei ao lado dele até operar e, depois, voltei para o quarto. Graças a Deus me trouxeram para cá de novo. Eu tive alta no dia 28, voltei para ficar com ele e hoje ele também vai ter alta”, comemora.
O carinho da equipe marcou a família.
“As meninas cuidaram muito bem do meu filho. Quando eu virei paciente, recebi o mesmo cuidado. Nos sentimos acolhidos. Nunca vou esquecer”, diz Maiele.
UTI, susto e renascimento
A internação de Heitor foi um capítulo intenso. O menino enfrentou derrame pleural, drenos e momentos críticos — inclusive uma parada cardíaca durante a primeira tentativa de extubação.
“Ele ficou branco, a boca roxa… foi um desespero”, lembra a mãe.
Mas o pequeno guerreiro reagiu. Na segunda tentativa, a sedação foi retirada com sucesso. Do alto fluxo, veio a respiração espontânea — e, com ela, a esperança.
“Ele tirou a máscara e respirou. Ali eu soube que ele venceu”, conta Maiele.
Da UTI para o quarto, do colo para o corredor: Heitor recuperou forças, voltou a andar, a brincar e até comemorou aniversário de dois anos dentro do hospital, carregando balão e vitória no peito.






