A operação Contragolpe resultou na prisão preventiva de quatro militares das Forças Especiais, conhecidos como “kids pretos”, e um policial federal, todos suspeitos de envolvimento no plano de um golpe de estado. As evidências coletadas pela Polícia Federal indicam que os alvos da operação estavam elaborando, em 2022, um plano de golpe que incluía a execução do presidente e do vice-presidente eleitos, Lula e Geraldo Alckmin, além do ministro do STF Alexandre de Moraes, que estava sob monitoramento.
Os militares detidos são Hélio Ferreira Lima, Mario Fernandes, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo. O policial federal Wladimir Matos Soares também é um dos alvos. O oficial de maior patente entre os detidos é o general da reserva Mario Fernandes, que atuou como secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Bolsonaro e chegou a comandar a pasta interinamente. Ele também trabalhou no gabinete do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) de março de 2023 a março de 2024.
Conforme apurado pela reportagem, os tenentes-coronéis Rodrigo Bezerra de Azevedo e Hélio Ferreira Lima estavam designados para a segurança do G20 no Rio de Janeiro e foram detidos no Comando Militar do Leste.
Essas novas provas foram obtidas a partir da análise do material apreendido com militares investigados em fevereiro deste ano, no contexto da apuração sobre o plano de golpe.
Segundo dados da investigação, há suspeitas de que carros do Exército foram usados para vigiar o ministro Alexandre de Moraes, inclusive em seu apartamento funcional.

Plano “Punhal Verde e Amarelo”
Segundo a PF, foi identificado o desenvolvimento de um plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que teria como data de execução o dia 15 de dezembro de 2022, visando o homicídio de Lula e Alckmin.
As Forças Especiais são um batalhão de elite do Exército, treinado para atuar em situações de infiltração em território inimigo e resistência à tortura, entre outras. As investigações da PF revelam que militares com esse tipo de treinamento estiveram diretamente envolvidos no planejamento do golpe.
A PF destacou que o conhecimento em técnicas militares foi um fator crucial na elaboração do plano golpista.
“O planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para a execução das ações, utilizando técnicas operacionais militares avançadas, além da criação de um ‘Gabinete Institucional de Gestão de Crise’, que seria composto pelos próprios investigados para gerenciar os conflitos institucionais decorrentes dessas ações”, informou a PF em comunicado à imprensa.