A exposição HIP-HOP 80’sp – São Paulo na Onda do Break, no Sesc 24 de Maio, exibe a história do gênero musical e a importância do movimento não apenas nas ruas de São Paulo, mas de todo o país.
A curadoria foi idealizada por grandes figuras da cena paulista, como OSGEMEOS, Rooneyoyo, Sharylaine, entre outros. Foram resgatadas mais de 3 mil peças da história do hip-hop, como fotografias, roupas, discos, equipamentos e registros audiovisuais.
Notícias relacionadas:Exposição em SP propõe diálogos sobre gênero, sexualidade e natureza.Grammy 2025: Liniker leva três prêmios; João Gomes ganha melhor álbum .“Enquanto estivermos aqui o céu não cairá”, diz escritor yanomami.Outro destaque da mostra é o protagonismo que as mulheres tiveram na cena do hip-hop. As artistas Sharylaine e Rose MC escreveram que, nos anos 1980, as mulheres abriram espaço para composições e rimas “perante o meio machista, preconceituoso e sexista”. “Com luta e perseverança, essas mulheres meteram o pé na porta, conquistaram espaço com força e garra”.
A exposição estará disponível até 29 de março de 2026. O espaço está aberto de terça a sábado, das 9h às 21h, e nos domingos e feriados, das 9h às 18h.
Origem
O movimento surge nas décadas de 60 e 70, na região sul do Bronx, em Nova York, nos Estados Unidos. A região era conhecida pela extrema violência causada por conflitos de gangues e pela repressão policial.
Segundo os curadores OSGEMEOS, a ideia da exposição é trazer o cenário da vida em Nova York e o improviso que tinha de ser feito para a diversão entre amigos. “O hip-hop aconteceu de forma muito natural no meio de tudo isso”, disseram em nota.
A exposição apresenta figuras essenciais para a cultura do hip-hop ganhar notoriedade. Os trabalhos de Martha Cooper e Henry Chalfant são citados como os primeiros registros da cultura emergente do sul do Bronx. Martha foi uma das primeiras fotógrafas a registrar o movimento e Henry fez o filme Style Wars, considerado o melhor documentário sobre o gênero.
Outros nomes que contribuíram para a difusão do estilo foram Afrika Bambaataa, que criou a primeira casa de hip-hop, em 1983; Sugar Hill Gang, que lançou a primeira gravadora; Van Maude, uma grande referência na arte do graffiti; e Michael Jackson, que incorporava o break nos seus trabalhos, causando uma difusão mundial do gênero.
A exposição homenageia as grandes figuras da cena com manequins que representam a aparência real desses artistas. Diversos artigos de vestimenta, como camisetas, jaquetas e acessórios, são originais, emprestados para a exibição.
Brasil
Não se sabe exatamente quando o hip-hop chegou ao país, mas a grande explosão do gênero aconteceu nos anos 80, atribuído ao dançarino Ricardinho, do Electric Boogies. Após voltar de uma viagem aos EUA, o jovem começou a se apresentar nas ruas do centro de São Paulo.
“Quando ele volta para cá, vai nos bairros e começa a abrir roda de break. A galera não sabia o que era isso,” apontam OSGÊMEOS. As ruas 24 de maio e São Bento foram tomadas pelo movimento, e isso gerou uma grande repressão policial.
Como escrito em um dos murais na exposição, “Os agentes da corporação policial viam os dançarinos como vagabundos e marginais, gente na maioria preta, parda e periférica”.
É possível observar o impacto da cultura do Hip-hop nos grafites de diversas ruas de São Paulo. Um desses pontos é o Beco do Batman, na Vila Madalena.
A exposição estará disponível até 29 de março de 2026, no Sesc 24 de Maio, na República, centro de São Paulo. O espaço está aberto de terça a sábado, das 9h às 21h, e nos domingos e feriados, das 9h às 18h.
*Estagiário da Agência Brasil sob supervisão de Odair Braz Junior