13:44 terça-feira, 2 dezembro 2025
A Onça
No Result
View All Result
A Onça
No Result
View All Result
A Onça
No Result
View All Result

Slide

Mulheres ritmistas enfrentam preconceito como principal desafio

Mulheres ritmistas enfrentam preconceito como principal desafio

A Onça by A Onça
11:50 sábado, 8 março 2025
in Brasil
A A

O Carnaval de 2025 no Rio de Janeiro se encerrou na última quarta-feira (5) com a consagração da Beija-Flor de Nilópolis como grande campeã do Grupo Especial. Além da escola de samba da Baixada Fluminense, outras cinco agremiações participam neste sábado (8) do Desfile das Campeãs. À Agência Brasil, ritmistas que retornam ao Sambódromo da Marquês de Sapucaí comentam sobre a participação feminina nas baterias das escolas de samba, espaço ainda predominantemente masculino.

“A presença das mulheres na bateria ainda é um ato de resistência pelos desafios que passamos”, afirma Joyce Lacorte, em seu terceiro desfile pela Unidos do Viradouro.

Notícias relacionadas:Como Eunice Paiva, brasileiras encararam dor e demora por direitos.Ministério prevê inaugurar novas unidades de atendimento à mulher.Neste ano, a escola de samba de Niterói, vencedora do carnaval anterior, ocupou a quarta posição no Grupo Especial com o enredo “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos”. 

Ritmista há 15 anos, a história da bibliotecária com o carnaval começou na Império Serrano, quando fez parte da escola de percussão da agremiação para aprender a tocar tamborim. Em 2011, Joyce participou de seu primeiro desfile na agremiação do bairro de Madureira, na zona norte, que atualmente disputa na Série Ouro.

Para ela, o número de mulheres, frequentemente mais presentes em cargos como rainhas ou musas, tem aumentado nas baterias das escolas de samba, principalmente entre os naipes mais leves, como tamborim, chocalho e agogô. Entretanto, o acúmulo de funções, somado à falta de rede de apoio e ao preconceito velado, ainda dificulta a participação feminina.

Você podequerer ler

Comissão do Senado aprova aumento da taxação de fintechs e bets

Comissão do Senado aprova aumento da taxação de fintechs e bets

2 de dezembro de 2025
Dino pede explicação ao Legislativo e Executivo sobre desvios no Dnocs

Dino pede explicação ao Legislativo e Executivo sobre desvios no Dnocs

2 de dezembro de 2025
MPRJ faz novas denúncias contra PMs por crimes na Operação Contenção

MPRJ faz novas denúncias contra PMs por crimes na Operação Contenção

2 de dezembro de 2025
Governo diz que conectará 100% das escolas até fim de 2026

Governo diz que conectará 100% das escolas até fim de 2026

2 de dezembro de 2025

“Nossa capacidade ainda é posta em dúvida a todo momento, seja por comentários sutis ou por meros sorrisos de deboche”.

Desafios

“As mulheres estão conquistando seu espaço com muita luta, muita vontade e muita resistência, porque não é fácil. No carnaval, assim como no mundo fora do carnaval, o protagonismo feminino encontra muitas barreiras. Essa conquista é lenta, mas tem acontecido”, afirma a professora de história e ritmista da Grande Rio, Dilma Marques.

Em 2019, a historiadora começou a aprender a tocar tamborim. Desde então, o sonho de Dilma se tornou fazer parte da bateria da Grande Rio, desejo que realizou em 2023, quando desfilou pela primeira vez na Escola de Samba de Duque de Caxias. “Estou numa bateria e numa ala que valoriza muito o trabalho das mulheres. Tenho muita sorte de estar numa bateria que enxerga as mulheres como ritmistas, nos valorizam e nos dão lugar de destaque”, compartilha.

“O que nos atrapalha”, continua Dilma, “é que vivemos numa sociedade machista onde mulheres no samba enfrentam jornada tripla. Temos o nosso emprego, nossa casa e filhos e a bateria. Dar conta de tudo é muito difícil. Conseguimos porque amamos o samba”. 

À Agência Brasil, a ritmista defende que ainda faltam “consciência, empatia e vontade de mudança” quanto à participação feminina nas baterias das escolas de samba. “Os homens precisam chegar junto na luta e rever muitos privilégios que têm. A cabeça dos homens mais jovens já é bastante diferente, porque nasceram num mundo onde esses preconceitos são questionados constantemente”, afirma. 

Movimento Mulheres no Ritmo

Criado pela ritmista Carolina Messias dos Santos, mais conhecida como Carol Santos, o coletivo Mulheres no Ritmo é responsável por registrar, por meio do audiovisual, o trabalho das mulheres em baterias de escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo, além de atuar na cobrança por equidade nas agremiações e questionar a ausência feminina em cargos de liderança.

Carolina Messias dos Santos, ritmista da Escola de Samba Mangueira. Foto Carol Santos/Arquivo Pessoal

“A presença feminina nas baterias tem crescido bastante e posso afirmar com convicção que a página Mulheres no Ritmo contribuiu muito para esse avanço. Há quase nove anos, estamos na luta pela igualdade das mulheres nas baterias, dando voz, visibilidade, exaltando, evidenciando e incentivando mais mulheres a ingressarem nesse espaço”, diz Carol.

Nascida em São Paulo, onde começou a tocar surdo de segunda pela Torcida Independente, apoiando o São Paulo Futebol Clube, em 2011 a ritmista estreou no carnaval pela escola de samba Independente Tricolor, inicialmente no chocalho e depois nos surdos de segunda e terceira. Há oito anos no Rio de Janeiro, desde 2023, Carol desfila como parte da bateria “Tem que Respeitar Meu Tamborim”, da Mangueira.

“Hoje, vemos mais mulheres tocando, ensinando e até comandando baterias. A presença feminina tem crescido não só nas baterias, mas também em cargos de direção, na parte musical e na organização das escolas. No entanto, essa evolução não aconteceu por acaso. Foi preciso que muitas mulheres enfrentassem barreiras para que outras pudessem chegar onde estão hoje”, afirma.

Como Joyce e Dilma, Carol cita “o preconceito, a resistência e a falta de oportunidades” como desafios enfrentados pelas mulheres ritmistas nas baterias das agremiações. “Muitas vezes, as mulheres precisam provar o tempo todo que são capazes. Mas o cenário tem mudado, e ver cada vez mais mulheres nas baterias me enche de esperança e orgulho. A luta ainda existe, mas estamos avançando”.

Atualmente, o movimento Mulheres no Ritmo conta com cerca de 20 ritmistas dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Santa Catarina, realizando também a cobertura dos desfiles de carnaval nesses quatro estados. O principal objetivo do coletivo, de acordo com Carol, é “abrir caminhos e garantir que as próximas gerações tenham ainda mais espaço e reconhecimento dentro das escolas de samba”.

“Precisamos continuar ocupando esses espaços, pois temos direito a isso, seja no carnaval ou em qualquer outro setor da sociedade. Como diz o slogan do Mulheres no Ritmo: ‘Lugar de mulher é onde ela quiser’”, garante a ritmista.

*Estagiária sob supervisão de Mariana Tokarnia

Siga A Onça no


Compartilhe isso:

  • Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela) WhatsApp
  • Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela) Facebook
Tags: Agencia BrasilBrasilNotícias

Leia também

Comissão do Senado aprova aumento da taxação de fintechs e bets

Comissão do Senado aprova aumento da taxação de fintechs e bets

by A Onça
2 de dezembro de 2025

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, nesta terça-feira (2), por 21 votos contra um, o projeto de lei (PL) que aumenta a taxação das fintechs, que são empresas de pagamento que atuam no mercado financeiro, assim como...

Dino pede explicação ao Legislativo e Executivo sobre desvios no Dnocs

Dino pede explicação ao Legislativo e Executivo sobre desvios no Dnocs

by A Onça
2 de dezembro de 2025

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu cinco dias para que a Câmara dos Deputados, o Senado e o governo federal expliquem as irregularidades investigadas no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).  Na última semana...

MPRJ faz novas denúncias contra PMs por crimes na Operação Contenção

MPRJ faz novas denúncias contra PMs por crimes na Operação Contenção

by A Onça
2 de dezembro de 2025

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) fez, novas denúncias contra policiais militares (PMs) do Batalhão de Choque por crimes cometidos durante a Operação Contenção, realizada em 28 de outubro, na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha,...

Load More
  • Home
  • Política de Cookies
  • Posts

© 2023 A Onça

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password? Sign Up

Create New Account!

Fill the forms below to register

All fields are required. Log In

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In

Add New Playlist

No Result
View All Result
  • Home
  • Postagens
  • Artigos da Onça
  • Brasil
  • Polícia
  • Governo
  • Campo Grande
  • Política
  • Saúde
  • Clima
  • Emprego
  • Cultura e Lazer
  • Emprego

© 2023 A Onça

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições Ver política de privacidade