O ministro da Educação, Camilo Santana, definiu a 2ª Cúpula da Coalização pela Alimentação Escolar, que começou nesta quinta-feira (18), em Fortaleza, como “a maior organização multilateral dos nossos tempos”.
O grupo foi criado em 2021 com a meta de garantir alimentação para todas as crianças matriculadas em escolas no mundo até 2030. Desde então, 109 países aderiram ao grupo, e em 4 anos, quase 80 milhões de crianças começaram a ser atendidas com programas de alimentação escolar, segundo dados da própria coalizão.
Notícias relacionadas:Ceará sanciona lei que zera ultraprocessados na merenda até 2027.Insegurança alimentar diminui na América Latina, aponta FAO.Câmara aprova projeto de compra de alimentos para merenda escolar.Atualmente, são cerca de 466 milhões de crianças com acesso à alimentação. Mas há ainda 724 milhões de estudantes que não têm acesso à políticas de alimentação nas escolas.
Apesar de integrar o grupo, os Estados Unidos não enviaram representantes para a cúpula. “Faz parte. Foram convidados”, ressaltou Camilo Santana.
O ministro não foi o único a destacar o multilateralismo como um caminho para solução de problemas globais. O representante da França, Thani Mohamed, ministro para Francofonia e Parcerias Internacionais, ressaltou que “em meio à crise do multilateralismo e frente à crise climática, é preciso reforçar a unidade entre os países”.
O representante da Finlândia, Ville Tavio, ministro de Comércio Exterior e Desenvolvimento, também elogiou o trabalho conjunto entre os países como caminho no combate à fome.
“Começamos pequenos, mas hoje já somos mais de 100 membros na coalização e mais de 50 parceiros, mostrando o caminho para o multilateralismo”, afirmou.
“Por favor, chamem mais pessoas para se engajar. O mundo está pegando fogo, as crianças estão morrendo de fome. Por isso, a alimentação nas escolas pode mudar muito o mundo”, conclamou a diretora executiva do Programa Mundial de Alimentos e ex-embaixadora dos EUA para o Fundo para Alimentação e Agricultura da Organização das Nações Unidas (FAO), Cindy McCain.
Desde 2023, o Brasil divide com a França e a Finlândia a presidência da coalizão. A experiência brasileira, que garante alimentação para mais de 40 milhões de estudantes, é considerada uma referência no mundo.
Políticas que garantam alimentação nas escolas são consideradas medidas fundamentais para reduzir a insegurança alimentar e a evasão escolar.
* A repórter viajou a convite do Ministério da Educação