Quarenta e seis governos de diferentes países e esferas firmaram compromisso para ampliar a proteção dos manguezais, ecossistemas fundamentais para o equilíbrio climático e a segurança das comunidades costeiras.
Os estados do Amapá, Bahia, Pará, Maranhão, Pernambuco, Sergipe e Rio de Janeiro, além do município de Aracaju, aderiram ao movimento global Mangrove Breakthrough. A iniciativa busca mobilizar US$ 4 bilhões para restaurar 15 milhões de hectares de manguezais até 2030.
Notícias relacionadas:Brasil tem apoio de mais de 80 países para fim de combustíveis fósseis.COP30: oceanos podem cortar 35% das emissões de CO₂ até 2050.COP30 monta força-tarefa para antecipar decisões.O movimento, endossado pelo governo federal em junho durante a Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, reforça o papel do Brasil na conservação da maior faixa contínua de manguezais do planeta. As ações serão implementadas em parceria com a Coastal 500, rede global de prefeitos e líderes locais que promove comunidades costeiras resilientes.
“O apoio dos estados brasileiros envia um sinal poderoso. Os líderes locais estão colocando a natureza no centro da construção da resiliência de suas comunidades”, diz o diretor executivo do Mangrove Breakthrough Hub, Ignace Beguin Billecocq.
“A conservação e a restauração dos manguezais são uma das soluções climáticas mais eficazes e acessíveis que temos. Esses líderes estão se juntando a centenas de governos, empresas e ONGs para traçar um novo caminho para a conservação da natureza”, complementa.
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O pacto tem crescido em adesões durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, e reflete o protagonismo das regiões litorâneas.
“Este grupo compartilha um compromisso comum de colocar os manguezais no centro da ação climática em políticas globais e ações locais”, diz a diretora executiva da Rare no Brasil, Monique Galvão.
“O futuro dos manguezais depende das pessoas que vivem com eles e cuidam deles todos os dias – os verdadeiros guardiões dos manguezais – e da nossa capacidade coletiva de valorizar, proteger e restaurar esses ecossistemas vitais para um futuro resiliente”, acrescenta.
Segundo os organizadores, o Mangrove Breakthrough fortalece a governança ambiental integrada, com ações implementadas por governos locais, em parceria com comunidades tradicionais e pescadores.
“O que vemos é um exemplo inspirador de como a liderança climática nasce nos territórios. O Brasil mostra ao mundo que políticas positivas para os manguezais podem unir todos os níveis de governo em torno de resultados concretos”, destaca a diretora do Programa Marinho e Costeiro da Conservation International Brasil, Nátali Piccolo.