Em entrevista para o Jornal A Onça na manhã desta quinta-feira (20) o ex-governador André Puccinelli “rasgou” o verbo sobre ser ou não candidato a Prefeito nas eleições deste ano. Puccinelli esteve ontem (19) em Brasília onde segundo ele, conversou com os líderes partidários do PL, do Solidariedade e do próprio MDB, para “encerrar de vez” a celeuma sobre sua candidatura. Entre os nomes que estão postos, caso não seja ele, André só tem um que “não aceitaria caminhar”.
“Eu quero ser candidato mas tenho que ter condições e por isso estou esperando duas respostas de Brasília. A primeira é do Valdermar da Costa Neto, que é quem manda no PL se vão ou não indicar meu vice. A outra é do Paulinho da Força, agora que o Eurípedes Júnior foi preso, aquele ****, que me tirou o partido aqui no Estado me fritando”, reclamou sobre a sigla que tinha seus aliados políticos e que segundo ele “foi roubado”.
Sem papas na língua, Puccinelli não teve pudores ao falar sobre possíveis apoios se confirmada sua desistência de candidatura. “Só não dá para caminhar com o PT. Não combina o PT com o MDB. Você acha que combina?”, questionou. Ao ser lembrado que a ex-senadora Simone Tebet é ministra do governo Lula, o líder emedebista não se fez de rogado. “Mas a Simone tá no governo Lula da cabeça dela. Oras, o André pode grudar com o PT? O Zeca me detesta. Sei que a Camila é uma boa moça, mas faz uma pesquisa aí para ver o que as pessoas acham do André pedir votos para o PT. Já ganhamos do PT na Prefeitura da Capital, ganhamos também no Governo. Eles não gostam da gente”, relembrou.
Cobiçado por outros partido, uma vez que está sempre liderando as pesquisas espontâneas, pontuou cada uma das possibilidades.
“A Tereza conversou comigo sim e eu lembrei ela que quando ele foi eleita, foi por mim. Ela tinha que aproveitar a proximidade dela com Bolsonaro e trazer o PL para mim, já que o Bolsonaro só ouve ela. Porque eu quero o PL de vice”. Questionado sobre ser vice do PP em Campo Grande, a resposta do ex-governador é até ‘impublicável’, e o medebista demonstra certo rancor. “
Para Puccinelli, o caminho mais “encaminhado” (ele fez questão de frisar que é um pleonasmo), passa não só por 2024 como também por 2026, junto com o PSDB. “Temos um pré-acordo resultado da reunião que tivemos ano passado na casa da Simone junto com o Eduardo Rocha e Eduardo Riedel. Então há um acordo genérico para esse apoio desde essa reunião. O MDB, não eu, eu falo dos medebistas, é mais simpático a apoiar o PSDB, inclusive com um pré-acordo para apoiar a reeleição do Riedel”, confessou.
Já sobre o União Brasil, de Rose Modesto, a mágoa é maior. “Ela já tinha combinado comigo da outra vez que se eu estivesse melhor que ela eu sairia candidato com o apoio dela. Não cumpriu. Aí o União Brasil participou dessa tomada do Solidariedade lá em Brasília, oferecendo mudos e fundos. Agora que o Eurípedes foi preso, pode ser que isso mude. Estou esperando o Paulinho da Força me dar uma resposta”.
André faz questão de falar sobre sua frustração em não ser candidato, mas diz que não pode reclamar do seu partido. “Do MDB não posso reclamar, até me ofereceram uma estrutura, que não é do tamanho que precisa para uma campanha de Executivo, mas garantiram. Só que eu preciso de coligação e com o PL e Solidariedade seria outra história. Agora, se eu não for candidato eu vou cuidar da chapa que formei, que é forte e pedir voto”.
Questionado se pediria votos para Beto Pereira, já que acusou o PSDB de ser seu algoz na prisão em 2018, Puccinelli sentenciou. “Com quem eu ficar vou pedir votos sim. Seja quem for. Mas ainda sou candidato até essas respostas”, disse tentando manter o suspense.
Apesar de tudo, garantiu que a decisão ainda não está “100% tomada” e “dependendo das respostas de amanhã, no sábado ou na segunda eu faço um texto e falo o que é ou não. Porque no domingo eu não vou atender ninguém”, disse rindo para em seguida dizer.
“Não gostaria de apoiar nenhum dos três, queria me apoiar, mas se não der…”, finalizou rindo.