Para a parlamentar, os números mostram que o sistema ainda falha em proteger as mulheres e punir de forma eficaz os agressores
O aumento alarmante dos casos de feminicídio em Mato Grosso do Sul, que chegou à marca de 32 mulheres assassinadas apenas em 2025, levou a senadora Soraya Thronicke (PODEMOS) a reforçar o apelo por ações urgentes de combate à violência de gênero. O estado ocupa o segundo lugar no ranking nacional de feminicídios, conforme dados do Monitor de Violência da Sejusp/MS. No mesmo período do ano passado, foram 26 casos — um aumento de quase 19%.
Para a parlamentar, os números mostram que o sistema ainda falha em proteger as mulheres e punir de forma eficaz os agressores. “Não podemos naturalizar essa tragédia. Cada nome representa uma vida ceifada por um sistema que ainda falha em proteger as mulheres”, declarou Soraya, que é vice-líder da Bancada Feminina no Senado Federal.
O caso mais recente, que vitimou Luana Cristina Ferreira Alves, de 32 anos, moradora de Campo Grande e mãe de cinco filhos, simboliza a urgência do tema. Luana foi morta pelo companheiro, que já havia cometido outro feminicídio em 2022, no estado do Mato Grosso, e estava em liberdade. “É inaceitável que um homem que já havia tirado a vida de uma mulher estivesse solto para repetir o crime. Essa impunidade é o que alimenta o ciclo da violência”, afirmou a senadora.
Entre os episódios mais marcantes deste ano está também o assassinato da jornalista Vanessa Ricarte, morta com mais de 40 facadas pelo ex-namorado em Campo Grande, um crime que chocou o estado e reacendeu o debate sobre misoginia e políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher. Soraya destacou que o feminicídio é o desfecho trágico de uma longa cadeia de violências — física, psicológica, moral e patrimonial — e que romper esse ciclo exige não apenas punição, mas também prevenção, educação e mudança cultural.
A senadora tem atuado diretamente para fortalecer a rede de proteção e endurecer a legislação. Entre suas ações no Senado estão projetos que criam cursos de defesa pessoal para mulheres em municípios com mais de 50 mil habitantes, ampliam as punições para quem descumpre medidas protetivas e reconhecem a misoginia como crime de ódio. “Como parlamentar e como mulher, me recuso a aceitar que o medo seja rotina na vida de tantas brasileiras. Estamos falando de mães, filhas, irmãs e amigas de vidas inteiras interrompidas”, destacou.
Soraya defende que nenhuma lei será suficiente sem o envolvimento da sociedade. Para ela, o combate à violência contra a mulher deve ser uma causa coletiva. “A mudança depende de todos nós — mulheres e homens juntos. Igualdade não é favor, é direito. Proteção não é opção, é dever”, afirmou.
Encerrando seu posicionamento, a senadora prestou homenagem às 32 vítimas de feminicídio registradas neste ano em Mato Grosso do Sul. “Karina, Vanessa, Juliana, Emiliana, Giseli, Alessandra, Ivone, Thácia, Simone, Olizandra, Graciane, Vanessa e Sophie (mãe e filha), Eliane, Doralice, Rose, Michely, Juliete, Cinira, Salvadora, Dahiana, Letícia, Érica, Dayane, Iracema, Gisele, Daniele, Erivelte, Andrea, Aparecida, Solene e Luana. Lutaremos por vocês”, declarou.
 
			 
    	 
 
     
                    




