A pesquisa eleitoral da Quaest, divulgada pela CNN e pela TV Morena na manhã desta terça-feira (30), movimentou os bastidores políticos. Além de ser amplamente divulgada por sites, também gerou inúmeros telefonemas e análises apaixonadas sobre cada candidato de preferência.
Rose Modesto, do União Brasil, como era esperado, passou a ter a liderança isolada da pesquisa após a saída de André Puccinelli da disputa. Com recall de quem foi candidata a prefeita e governadora, além de ser ex-deputada federal, Modesto tem uma liderança natural na casa dos 35%, com números positivos em todos os cenários.
Já em segundo lugar, a disputa se embola de tal forma que há comemorações em ambos os lados, tanto de Adriane Lopes, atual prefeita, que, com popularidade oscilante, conseguiu se manter na casa dos 16% em empate técnico com o tucano Beto Pereira.
Mas há fatores implícitos na pesquisa em voga que são revelados em uma análise mais fria. Se temos dois grandes vencedores nessa pesquisa, são os que estão empatados em segundo lugar.
E antes que bradem que é um absurdo, é preciso ler e compreender.
O tucano Beto Pereira anteriormente tinha um alto grau de desconhecimento entre a população campo-grandense, o que era uma preocupação na cúpula e que, pelo jeito, foi resolvida com maestria.
Em parte, credita-se ao apoio de Jair Bolsonaro, que caiu como uma bomba no meio do PP de Tereza Cristina, fazendo Beto Pereira ser o assunto mais falado daquela semana, mesmo com o vômito de Puccinelli no lançamento de sua pré-candidatura.
Vale também ressaltar que não é qualquer um que tem em seu palanque dois ex-governadores, dois senadores, ex-prefeitos da Capital e um governador. Quem disser que isso não tem peso estará mentindo.
Mas mamãe diria que, com a estrutura pesadíssima do PSDB, numa proporção de 1000 a 1 para os outros candidatos, os tucanos não estão fazendo mais do que a obrigação.
E quem acha que Adriane Lopes é soldado abatido no front tem que abrir os olhos. Os números da Quaest também trazem um quadro positivo para a neo progressista, que, além de ter assumido a missão de suceder o popular e populista Marquinhos Trad, ainda encarou uma prefeitura com grupo desfeito e que ganhou muito com a chegada do staff da senadora Tereza Cristina.
Com isso, a aprovação de Adriane subiu de maneira significativa, ficando entre o positivo e o regular na casa dos 60%. Os números são sim positivos e, parece que, de alguma forma, estão ajeitando o caminhão de melancia na imagem junto à população.
Vencer os adversários internos hoje talvez seja o maior desafio de Adriane. Bem se sabe que o fogo amigo que ela enfrenta não é para qualquer um, ainda mais se tratando de alguém que está só agora, efetivamente, com a caneta na mão.

Assim, temos que lembrar que a nossa bolha não é tão ampla e nossa opinião não é o umbigo do mundo. A percepção da dona Maria lá na Moreninha e do seu João lá do bairro Dom Antônio é muito diferente da daqueles que ficam se digladiando em grupos de WhatsApp e pregando para convertidos.
Já sobre Camila Jara, a gente pode até conversar quando ela realmente entrar em campanha e disser que é candidata. Por enquanto, ainda está café com leite, servindo mais como puxadinho tucano em um cenário que, pelo menos, o PT terá candidatura própria. E só.
E antes que digam que não acreditam em pesquisa, em que pese o instituto ser “de fora”, fugindo daquela discussão de pesquisa comprada, é importante ressaltar que traz números que são amostragens e uma fotografia do momento.
O que importa hoje é que o assunto vai ser discutido com afã de fãs emocionados, entre as rodinhas de políticos e, claro, nos QGs eleitorais.
A análise acima, ainda assim, é só uma opinião sobre o tema do momento, visto que não tivemos acesso ao caderno e suas seleções de públicos.
Talvez, veja bem, talvez os números pudessem ser diferentes. Afinal, a gente nem sabe quais bairros, classes sociais e etc. etc. etc. e tal. Ainda.
O resto é perfumaria e papo de boteco.