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Arquitetura e modo de vida de comunidades africanas inspiram artistas

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10:52 segunda-feira, 15 setembro 2025
in Brasil
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Construções sustentáveis e que respeitam o meio ambiente, modos de vida integrados à natureza e organização coletiva, buscando o bem-estar de todos, são algumas das heranças africanas que inspiram a vida e as obras de artistas e pesquisadores que participam da 14ª edição do Festival Artes Vertentes, em Tiradentes,Minas Gerais.

A poeta, fotógrafa e colagista Wendie Zahibo é uma delas. Ela pesquisa as heranças espirituais e arquitetônicas dos povos africanos e da diáspora, no Brasil, Estados Unidos, Costa do Marfim e Guadalupe (Caribe). Para ela, a forma como essas populações habitam os territórios são uma lição e talvez uma resposta para contornar a crise climática e garantir a sobrevivência da humanidade. 

Notícias relacionadas:Arte é resistência e esperança, diz poeta haitiano Jean D’Amérique.Parte da história é omitida no turismo a cidades históricas no país.Cultura afro-brasileira é celebrada em Paris com Lavagem de Madeleine.A artista nasceu em Marselha, na França, de pai da Costa do Marfim e de mãe da República Centro-Africana. Estudou na Harrington College de Design, em Chicago, nos Estados Unidos, e na Sorbonne, em Paris. Atualmente, vive e trabalha em Guadalupe, no Caribe.

Mesa de debate Entre as margens do Atlântico, no Festival Artes Vertentes – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Foi buscando entender os diversos territórios aos quais pertence e as muitas experiências de ser mulher negra no mundo que Zahibo construiu a trajetória artística, que começou há 11 anos. Foi em 2022, no entanto, que ela começou o projeto masonn, de transmídia, que envolve também outros artistas, performances, colagens, instalações e artes visuais.

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O objetivo é reunir heranças espirituais e características arquitetônicas específicas de diferentes áreas geoculturais. A pesquisa a fez refletir sobre as diversas formas de vida mais sustentáveis e mais integradas ao meio ambiente e sobre o que se pode aprender com elas

“Para mim, a questão era como invocar o conhecimento ancestral, o know-how ancestral do meu povo, mas também dos povos indígenas, para criar essa conversa. Porque antes da colonização, a maneira como os povos indígenas tratavam a Terra e também a maneira como as pessoas na África tratavam a Terra era realmente saudável. O capitalismo chegou e destruiu todo esse sistema ecológico”, avalia. 

“Masonn é como podemos voltar e pegar parte desse conhecimento e colocá-lo no mundo de hoje, a fim de criar um novo espaço, uma nova maneira de fazer arquitetura”, acrescenta.

Em entrevista à Agência Brasil, a artista, a partir do estudo e obras realizadas, defende que espaços como a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP 30, que será sediada pelo Brasil, em novembro, podem servir para que outros modelos de vida possam ganhar maior projeção.

“Se falamos de globalização, isso significa que podemos ter uma conversa conjunta para pensar em um futuro melhor para este planeta. Mas também precisamos entender que as políticas que temos até agora talvez não sejam as melhores. Mesmo assim, essa discussão segue sendo feita pelas mesmas pessoas, pela elite, especialmente os homens brancos. Que lugar podemos dar às mulheres? Que lugar podemos dar às mulheres negras, indígenas, imigrantes? Que lugar podemos dar também à classe trabalhadora?”, provoca.

“Talvez precisemos colocar todos à mesa para termos uma conversa melhor”, defende. 

Imaginação

Zahibo defende ainda que todos possam ter acesso ao fazer artístico, que sejam estimulados desde crianças, nas escolas e em outros espaços onde possam fazer e pensar arte.

“Eu realmente acho que toda criança, desde pequena, deveria ter um espaço onde pudesse sentir que tem algum poder, onde pudesse pensar em algo e expressar algo. Para mim, isso tem um impacto em como ser um cidadão no mundo. Você se torna mais empoderada sobre a sua vida, mais empoderada sobre si mesma”, acredita. 

Artista visual Wendie Zahibo revela no Festival Artes Vertentes, que visita ao Museu Afro Brasil, em São Paulo, a levou para a arte – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Para ela, a arte também tem o poder de criar espaços de sonho. 

“Também acho que nós temos o direito de sonhar. Em um mundo tão complexo e violento, ter um pequeno espaço de liberdade onde você possa se sentir livre”, afirma.

Segundo Zahibo, a imaginação é como um músculo, que precisa ser exercitado. 

“Por que pessoas que têm privilégios econômicos colocam as crianças em aulas de música, de pintura, etc? Porque também ajuda a desenvolver a imaginação, para que elas se sintam poderosas”, observa.

O acesso à arte e a presença diversa nesse campo também contribui para que haja representatividade e para que todos sintam que esse saber e mesmo essa carreira podem ser seguidos, diz. 

Zahibo revela que foi apenas há 11 anos, quando visitou São Paulo, que entendeu que poderia ser artista.

“Onze anos atrás, quando vim ao Brasil pela primeira vez, descobri o Museu Afro Brasil, em São Paulo. Para mim, foi como uma explosão de emoções, porque foi a primeira vez que vi que a minha história, a história de pessoas que se parecem comigo, poderia estar no museu e ter um espaço dedicado à nossa narrativa, à nossa vida, à nossa história. São Paulo teve um impacto artístico muito bom em mim, porque a arte está em todo lugar, a arte de rua está em todo lugar, e eu pensei ‘ok, eu realmente quero fazer parte disso’”, lembra.

Artista visual Dinho Araújo durante a mesa de debate Entre as margens do Atlântico, no Festival Artes Vertentes – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Atuação em conjunto 

A influência da espiritualidade, das manifestações culturais e sobretudo da forma de organização coletiva, foram também aspectos das heranças africanas ressaltadas por artistas durante o festival. 

Para o artista e educador maranhense Dinho Araújo, a atuação conjunta de artistas e comunidade, por meio de espaços coletivos e outras estratégias, é algo central. 

“Quando a gente pensa nas nossas manifestações, nas nossas danças, tudo isso é, talvez, o principal legado para os nossos trabalhos também. Esse lugar do coletivo é um lugar de aliança fundamental. A gente está sempre pensando nesse aspecto político e o coletivo é central”, defende o artista e educador, ao participar da mesa de debate Entre as margens do Atlântico. 

Araújo é gestor cultural do Chão, espaço independente em São Luís, que proporciona a articulação política de agentes da universidade, de artistas e dos ateliês do entorno do centro histórico da cidade. 

“Esse lugar do coletivo é o que nos firma e é o que nos faz também nos conectar com uma memória ancestral, com a memória dos nossos”, diz.

Também voltado para o coletivo, o pesquisador, curador e jornalista Deri Andrade, destacou, no debate, a importância de se catalogar e divulgar artistas negros. Ele é um dos responsáveis pela plataforma Projeto Afro, que mapeia os artistas negros no Brasil.

“O Projeto Afro acaba sendo esse espaço que vai aglutinar, organizar esse coletivo de alguma maneira, mostrar, apresentar essas pessoas”, diz. 

Curador Deri Andrade, na mesa debate Entre as margens do Atlântico, no Festival Artes Vertentes – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Festival

A 14ª edição do Festival Artes Vertentes tem como tema Entre as margens do Atlântico, propondo um diálogo entre três continentes intimamente ligados pela história: América, África e Europa. A programação deste ano também faz parte da Temporada França-Brasil, que ocorre até o final do ano em 15 cidades brasileiras e tem como objetivo aproximar, por meio da cultura, os dois países.

A programação do festival segue até o dia 21, majoritariamente na cidade de Tiradentes, mas também com atividades previstas em São João del Rei e Bichinho, onde haverá mostras de cinema que discutem memória, ancestralidade e resistência. 

A maior parte da programação é gratuita.

* A repórter e o fotógrafo da Agência Brasil viajaram a convite do Festival Artes e Vertentes

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Tags: Agencia BrasilBrasilNotícias

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