Atividades culturais gratuitas, incluindo mostras de filmes, oficinas e debates tomam conta da sede do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, a partir desta sexta (20), com o Arquivo em Cartaz ─ Festival Internacional de Cinema de Arquivo.
O evento se estenderá até a próxima sexta-feira (24) e integra as comemorações pelos dez anos de criação do Arquivo em Cartaz, iniciadas em janeiro passado. O festival levou mostras e debates a várias regiões do país e resultou na inauguração de três sedes regionais do Arquivo Nacional, em Porto Alegre, Manaus e Salvador.
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O tema deste ano do festival neste ano é Memórias da Terra em Filmes de Arquivo: transformações ambientais, impactos e sobrevivências. A escolha foi pautada pela realização, no Brasil, da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro próximo, em Belém (PA).
“A gente está, o ano todo, mobilizando os nossos principais eventos para a temática das mudanças climáticas e do meio ambiente, por conta da própria COP30. Por isso, a gente escolheu esse tema”, conta a coordenadora.
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O circuito comemorativo do Arquivo em Cartaz passou pelas cinco regiões do país desde o início do ano, com uma mostra itinerante de filmes. “Estamos aqui agora para encerrar o ano, fazendo essa programação, que tem abertura, encontro com pesquisadores do audiovisual”, disse Letícia Grativol.
Em parceria com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o Arquivo em Cartaz exibiu 18 obras dirigidas por cineastas, produtores e ativistas ambientais, indígenas e quilombolas, alcançando mais de 566 mil espectadores na TV Brasil, Canal Gov e Canal Educação.
Programação
Diariamente, a partir das 18h30, a sede do Arquivo Nacional terá sessões de cinema abertas ao público. Desde o último dia 16, vêm acontecendo também sessões públicas gratuitas na Cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM) e no CineArte UFF, em Niterói, vinculado à Universidade Federal Fluminense. As sessões se estenderão até a quinta-feira (23), com cédulas para o público votar nas melhores películas.
Durante esta semana, haverá também mostra de filmes criados por crianças, a Mostra Lanterninha Mágica, uma oficina inédita com o ex-Titã Gavin, que vai fazer uma oficina de sensibilidade de escuta a partir do acervo sonoro da instituição, entre outras atividades.
Na sexta-feira (24), o pátio do Arquivo Nacional terá exibições em uma tela gigante, seguida de premiações de melhor filme para as diversas categorias de títulos inscritos. “E a gente vai receber uma atração cultural que é o Cine Orquestra, em que vamos fazer sonorização de filmes mudos ao vivo, a partir das 18h. Não é preciso retirar ingresso. É só chegar aqui, na Praça da República”,disse Letícia.
Ainda na próxima sexta-feira, será lançada a décima edição da Revista Arquivo em Cartaz, somente na versão digital. Há intenção de publicar também uma versão impressa, para distribuição durante a COP30, com temas de interesse do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, ao qual o Arquivo está subordinado.
“Os organizadores da revista convidaram vários especialistas para falar sobre o tema da preservação, acervos audiovisuais”. Nessa edição da revista, coube ao Arquivo Nacional o texto institucional e o editorial.
Mostra competitiva
A mostra competitiva do Arquivo em Cartaz contra com 18 filmes, sendo seis curtas, seis médias e seis longas-metragens selecionados entre os filmes inscritos. Letícia Grativol informou que, neste ano, o festival recebeu 208 inscrições, um recorde em relação às edições anteriores. Os filmes inscritos utilizam pelo menos 30% de material de arquivo.
Todas as regionais do Arquivo Nacional tiveram estruturas montadas para exibir a premiação dos filmes da Mostra Competitiva. ”Foi a primeira vez que foi feito esse circuito, e a gente pretende continuar com ele nos próximos anos”.
Além dos melhores filmes, serão premiadas também outras categorias, como melhor pesquisa e melhor utilização do acervo. Os vencedores ganham o Troféu Batoque, “que é nossa cara, característica do Arquivo Nacional. O batoque faz parte do processo de preservação audiovisual. É uma peça de filme, e a gente pega do nosso setor de preservação e monta o troféu com ele, para a pessoa levar também um pouquinho de nós dentro do troféu”.