O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, deflagrou na manhã desta terça-feira (18) uma nova operação em Sidrolândia (MS), cumprindo mandados de busca e apreensão contra vereadores, ex-vereadores, ex-servidores públicos e empresas que mantiveram contratos com o município.
A ação contou com apoio do Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECOC) e integra desdobramentos de investigações já conduzidas nos últimos anos envolvendo possíveis fraudes em licitações, pagamento de propina, direcionamento de contratos públicos e atuação de organização criminosa estruturada dentro da administração municipal.
Alvos da operação
Entre os investigados, estão parlamentares atualmente no exercício do mandato e ex-ocupantes de cargos públicos, além de pessoas físicas e jurídicas ligadas a contratos da saúde e outros setores estratégicos do município.
A lista inclui:
• vereadores Gabriel Auto Car, Clednaldo Cotocio e Adailton Joarildo;
• ex-vereadores Cristina Fiuza e Elieu Vaz;
• os investigados Enelvo Felini Júnior, Izaqueu de Souza, José Ademir Gabardo, Júlia Carla Nascimento, Júlio César Alves da Silva e Silvio de Azevedo Pereira;
• as empresas Pharbox Distribuidora Farmacêutica e Farma Medical Distribuidora;
• o Hospital Dona Elmiria Silvério Barbosa;
• e a investigada Jacoba P. Wilmtje.
Mandados foram cumpridos em residências, estabelecimentos comerciais e instituições ligadas ao grupo apontado pelas autoridades.
Investigações em andamento
O Ministério Público não divulgou oficialmente o motivo central desta fase da operação. Entretanto, apurações anteriores em Sidrolândia — como a terceira e a quarta fases da Operação Tromper — identificaram um possível esquema que teria movimentado aproximadamente R$ 20 milhões em contratos públicos, envolvendo suspeitas de superfaturamento, favorecimento em licitações e pagamentos ilícitos.
Informações preliminares, ainda não confirmadas pelo MPMS, apontam que esta etapa pode abranger também apurações sobre doações relacionadas ao pleito eleitoral de 2022, hipótese que segue em sigilo até manifestação oficial.
Valor encontrado e fases anteriores
Operações anteriores já haviam resultado na apreensão de valores significativos. Em outubro de 2025, por exemplo, agentes encontraram R$ 35,2 mil em espécie na casa de um empresário ligado a licitações vencidas no município, reforçando a linha investigativa que envolve favorecimento e pagamentos irregulares.
O MPMS, por meio do GAECO e do GECOC, reforça que as ações seguem em sigilo até conclusão das diligências e eventual apresentação de denúncia judicial.






