Diante do crescimento expressivo nos atendimentos por doenças respiratórias e arboviroses, a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SESAU), realizou a primeira reunião do ano do Centro de Operações de Emergências (COE). O encontro, que marca a elevação da situação para o nível 1 de alerta, teve como objetivo discutir estratégias para garantir atendimento eficiente à população e adotar medidas imediatas de contenção.
A secretária de Saúde, Rosana Leite, destacou a importância da estruturação do COE para o monitoramento contínuo da crise. “Além de analisarmos o aumento dos casos, avaliamos a capacidade instalada, incluindo leitos, infraestrutura e recursos humanos, para tomadas de decisão estratégicas e rápidas”, explicou.
Entre as principais medidas adotadas, a SESAU reforçou o quadro de médicos e enfermeiros nas unidades de atendimento 24 horas (CRSs e UPAs) e convocou novos profissionais por meio de cadastro temporário. O objetivo é reduzir o tempo de espera, que aumentou devido ao crescimento no número de atendimentos diários, de 3.000 para 5.000.
A ampliação da assistência inclui ainda a disponibilização de novos medicamentos nas unidades de saúde, como antibióticos injetáveis, e a inclusão de fisioterapia e oxigenoterapia no Pronto Atendimento Infantil, garantindo suporte avançado para crianças com quadros respiratórios mais graves.
Vacinação antecipada contra gripe e campanhas em locais estratégicos
Para conter o avanço das doenças sazonais, a Prefeitura antecipou a campanha de vacinação contra a gripe, com mais de 18 mil doses aplicadas até o momento. As vacinas estão disponíveis em 74 Unidades de Saúde da Família (USFs), além de ações especiais como o drive-thru no Corpo de Bombeiros e a vacinação em creches e supermercados.
“Precisamos reforçar a importância da imunização, principalmente entre os públicos prioritários, como idosos, crianças e gestantes”, alertou Ana Paula Resende, superintendente da Rede de Atenção Básica. Segundo ela, a hesitação vacinal ainda é um desafio, mas os dados comprovam que a vacina reduz internações e casos graves.
Arboviroses: monitoramento intensificado e atenção ao sorotipo DENV-3
Além das doenças respiratórias, o município também monitora os casos de arboviroses. Até o momento, foram registrados 1.669 casos de dengue e 20 de chikungunya, com destaque para a circulação do sorotipo DENV-3, que não era identificado há anos e pode atingir pessoas sem imunidade prévia.
“Esse cenário exige atenção, pois a reintrodução desse sorotipo pode gerar um novo ciclo de aumento da doença”, alertou Veruska Lahdo, superintendente de Vigilância em Saúde.
Atenção primária ampliada e atendimento estendido
Para evitar a sobrecarga das unidades de emergência, a SESAU estendeu o horário de funcionamento das USFs Noroeste e Tiradentes até as 23h, uma estratégia que tem reduzido deslocamentos desnecessários e garantido atendimento mais eficiente.
“Estamos avaliando a viabilidade de expandir esse modelo para outras unidades, garantindo acesso mais ágil e diminuindo a pressão sobre as UPAs”, concluiu Ana Paula Resende.
O monitoramento da situação segue em tempo real pelo COE, e novas medidas poderão ser adotadas conforme a necessidade para assegurar um atendimento de qualidade à população.