A morte da pequena Sophie Emanuelle, de apenas 5 anos, tem gerado comoção e revolta nas redes sociais. A família da criança denuncia negligência médica no atendimento realizado na Santa Casa de Campo Grande (MS), após um acidente doméstico sofrido pela menina no último domingo (25).
Filha única, a menina morava só com a mãe, que está em desespero. Segundo relato publicado por Vailza Viana, tia de Sophie, a criança se feriu por volta das 19h30, quando um portão de correr caiu sobre ela. A menina bateu a cabeça no chão e ficou presa sob o portão. Ela foi levada às pressas à UPA Vila Almeida, onde recebeu os primeiros socorros e levou cinco pontos na cabeça. Devido à gravidade da situação e ao histórico cardíaco da menina, foi solicitada transferência imediata para a Santa Casa.
Ainda conforme o relato, em cerca de 30 minutos a vaga foi disponibilizada e Sophie foi encaminhada à Santa Casa. No entanto, a tia afirma que a médica plantonista não solicitou exames mais detalhados para identificar possíveis traumas internos, apesar do laudo enviado pela UPA. Apenas um raio-X foi realizado. Menos de quatro horas depois, Sophie recebeu alta médica, mesmo apresentando histórico de cirurgia cardíaca e sintomas preocupantes.
Na manhã seguinte, a criança acordou com fortes dores de cabeça, vômito e febre alta. A família voltou à Santa Casa, onde, segundo Vailza, houve resistência no atendimento por falta de novo encaminhamento da UPA. Após insistência, Sophie foi atendida e submetida a uma tomografia, que revelou acúmulo de sangue no crânio e uma fissura. Mesmo assim, foi mantida apenas em observação, e os sintomas continuaram a se agravar nos dias seguintes.
A tia relata que a menina passou a sentir dores intensas, chegou a receber morfina, e o rosto começou a inchar. Apenas na quinta-feira (30), já sem conseguir falar, Sophie foi finalmente levada para a emergência e intubada. O neurocirurgião de plantão informou à família que a situação era gravíssima e que seria necessária uma cirurgia para investigar a causa do inchaço. No entanto, a menina sofreu uma parada cardiorrespiratória às 19h15 de quinta-feira (29). Ela foi reanimada após 17 minutos de manobras, mas não resistiu a uma nova parada horas depois.
A família afirma que, mesmo com os repetidos alertas de que Sophie não estava bem, a equipe médica demorou a tomar providências mais incisivas. Vailza lamenta que a sobrinha, mesmo com histórico de cirurgia no coração, não tenha recebido o tratamento adequado e foi “morrendo aos poucos”.
A reportagem enviou e-mail à assessoria de imprensa da Santa Casa de Campo Grande, mas, por se tratar de fim de semana, não houve expediente. O espaço segue aberto para manifestação da instituição.
