A taxa de desemprego no Brasil atingiu 6,2% no trimestre encerrado em outubro, de acordo com dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) divulgados nesta sexta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Este é o menor índice de desemprego registrado em quase 13 anos.
Dados da Pnad
Atualmente, cerca de 6,8 milhões de pessoas estão em busca de emprego. A taxa apresentou uma redução de 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre de maio a julho de 2024 e uma queda de 1,4 ponto percentual em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando o desemprego estava em 7,6%.
Esse índice representa o número de indivíduos que estão sem trabalho, mas ativamente à procura de uma colocação.
Crescimento no Emprego
O total de trabalhadores no Brasil alcançou um recorde de 103,6 milhões. Desses, 53,4 milhões estão empregados no setor privado, sendo 39 milhões com carteira assinada e 14,4 milhões sem carteira. O setor público conta com 12,8 milhões de empregados. A proporção de pessoas com 14 anos ou mais que estão empregadas atingiu o maior percentual da série histórica, alcançando 58,7%.
A contínua expansão do mercado de trabalho em 2024 tem contribuído para esses recordes, superando os índices anteriores, conforme explica Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE.
O crescimento no número de ocupações foi impulsionado pelos setores de indústria, construção e serviços. A população ocupada na indústria cresceu 2,9% (adicionando mais 381 mil pessoas), enquanto na construção o aumento foi de 2,4% (mais 183 mil pessoas). No setor de serviços, o crescimento foi de 3,4% (mais 187 mil pessoas), resultando em um total de 751 mil novos empregos no trimestre.
Informalidade
A taxa de informalidade atingiu 38,9%, o que equivale a 40,3 milhões de trabalhadores. Este é o maior número de trabalhadores informais desde 2016. A taxa de informalidade foi ligeiramente superior à do trimestre anterior (38,7%) e inferior à do mesmo período de 2023 (39,1%).
O aumento na informalidade é atribuído ao novo recorde de trabalhadores sem carteira assinada, enquanto o número de trabalhadores por conta própria (25,7 milhões) permaneceu estável.
Rendimento e Subutilização
O rendimento médio real habitual foi de R$ 3.255 no trimestre, com um crescimento de 3,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em relação ao trimestre anterior, não houve variação significativa. A massa de rendimento real habitual totalizou R$ 332,6 bilhões, representando um aumento de 2,4% (mais R$ 7,7 bilhões) no trimestre e de 7,7% (mais R$ 23,6 bilhões) em relação ao ano.
A taxa de subutilização do trabalho ficou em 15,4%, a menor desde 2014, apresentando uma queda de 0,8 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e de 2,1 pontos em comparação ao ano anterior. A população subutilizada totalizou 17,8 milhões, englobando pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas e aquelas que, apesar de estarem fora da força de trabalho, têm potencial para trabalhar.
A população subocupada por insuficiência de horas foi de 5,1 milhões no trimestre, representando uma queda de 5,8% em relação ao ano anterior, enquanto a população fora da força de trabalho recuou para 66,1 milhões de pessoas, uma diminuição de 0,9% no trimestre e de 0,8% no ano.
O número de pessoas desalentadas, que não procuram emprego mas desejam trabalhar, foi de 3 milhões, o menor desde abril de 2016, com uma redução de 5,5% em relação ao trimestre anterior e de 11,7% em comparação ao mesmo trimestre do ano passado. O percentual de desalentados ficou em 2,7%.
Sobre a Pnad Contínua
A Pnad Contínua, divulgada desde 2012, abrange todo o território nacional e analisa indicadores relacionados à força de trabalho entre a população com 14 anos ou mais, que compõe a População Economicamente Ativa do país. Os dados refletem o desempenho do mercado de trabalho nos últimos três meses, e, portanto, os números atuais indicam a situação do mercado entre junho e agosto de 2024.
A taxa de desemprego é calculada com base nas pessoas que estão ativamente à procura de trabalho, excluindo aqueles que não fazem parte da força de trabalho, como estudantes que dedicam seu tempo apenas aos estudos ou donas de casa que não trabalham fora.