O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu nesta quarta-feira (10) que a Polícia Federal (PF) investigue ameaças recebidas por ele pelas redes sociais.
Em oficio enviado ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, Dino disse que passou a ser alvo de “ameaças graves” contra sua vida e integridade física após proferir ontem voto pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus pela trama golpista.
Notícias relacionadas:Dino diz que STF não vai se intimidar com tweet de governo estrangeiro.Fux cita incompetência do STF para julgar ação contra Bolsonaro .Moraes enumera 13 “atos executórios” para condenação de Bolsonaro.O ministro citou que uma das ameaças recebidas fez alusão ao incêndio que matou a esposa do ex-primeiro-ministro do Nepal, em meio a protestos que levaram à renúncia do primeiro-ministro K.P. Sharma Oli.
“Como sabemos, há indivíduos que são conduzidos por postagens e discursos distorcidos sobre processos judiciais, acarretando atos delituosos – a exemplo de ataques ao edifício-sede do STF, inclusive com uso de bombas”, disse Dino.
Em outro caso ocorrido recentemente, a PF indiciou uma mulher que tentou agredir Dino durante voo entre São Luís e Brasília. A acusada, que não teve o nome divulgado oficialmente, vai responder pelos crimes de injúria e incitação do crime.
O episódio ocorreu na segunda-feira (1°), às vésperas do início do julgamento do ex-presidente e seus aliados pela Primeira Turma da Corte.
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Voto
Na tarde de ontem (9), o ministro Flávio Dino votou pela condenação dos réus. Em sua manifestação, detalhou a participação de todos os acusados e se manifestou pela condenação de todos. Para o ministro, houve atos executórios para realização da tentativa golpista.
Dino adiantou que vai propor penas maiores para o ex-presidente Jair Bolsonaro e o general Braga Netto, por entender que eles tiveram participação de liderança no processo.
Ele criticou ainda as pressões externas, como as impostas ao Brasil e a ministros da Corte pelo governo do presidente norte-americano, Donald Trump, e reforçou que os crimes em julgamento na ação não podem ser anistiados.