O teatro está chegando a lugares onde a cultura precisa ser acessível para todos. Nesta quarta-feira (23), às 14h30, o projeto Escambo UBU – Fronteiras do Mato Sul chega à sua terceira parada com uma apresentação especial na zona rural de Sonora (MS). O espetáculo acontece na Escola Municipal Irmã Araudi, no Parque Novo Horizonte, trazendo uma nova experiência teatral para a comunidade.
A iniciativa faz parte da circulação do Grupo UBU, que está percorrendo 12 cidades brasileiras com o objetivo de transformar barreiras geográficas e sociais em pontos de encontro por meio da arte. O projeto, apoiado pela Funarte via Bolsa Myriam Muniz de Teatro, aposta na democratização do acesso ao teatro, levando espetáculos para regiões que nem sempre contam com espaços culturais convencionais, mas que são ricas em histórias e potencial criativo.
Em Sonora, o público vai acompanhar a peça “Pelega e a Porca Prenha – Na Mata do Pequi”, uma fábula inspirada nos mitos do Cerrado. Além da apresentação, professores da escola vão participar de uma vivência artística e pedagógica, explorando aspectos culturais e sociais que fazem parte do dia a dia escolar.
Para o diretor do Grupo UBU, Anderson Bosh, levar teatro a diferentes territórios é mais do que uma apresentação: é um ato de reconhecimento.
“Nós escolhemos cruzar fronteiras físicas e simbólicas, levando o projeto para escolas públicas, comunidades rurais, territórios periféricos e espaços onde a arte nem sempre tem presença constante. O teatro é um direito, e nosso papel é garantir que mais pessoas possam vivenciá-lo”, destaca.
O ator e produtor cultural Edner Gustavo reforça o impacto que o circuito já teve em suas primeiras paradas. Em Corumbá (MS), o grupo apresentou “Uma Moça na Cidade” para um público bilíngue formado por crianças bolivianas e brasileiras. Em Rondonópolis (MT), o espetáculo foi levado a uma escola de tempo integral, onde muitos estudantes tiveram seu primeiro contato com o teatro.
“É emocionante ver o brilho nos olhos de quem se identifica com a história que estamos contando. Agora, em Sonora, seguimos com esse mesmo desejo: fazer da arte uma experiência que fica na memória”, relata Edner.
Com financiamento da Funarte, vinculada ao Ministério da Cultura (MinC) e ao Governo Federal, e apoio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) e da Setesc, o projeto reforça que o teatro não tem muros—ele existe para atravessá-los.
Além de Sonora, o grupo ainda passará por Ponta Porã, Chapadão do Sul, Mundo Novo, Paranaíba, Aparecida do Taboado (MS), Chapadão do Céu (GO), Terra Roxa (PR), São Sebastião do Pontal (MG) e Jales (SP). O circuito já passou por Corumbá (MS) e Rondonópolis (MT), costurando territórios e histórias com a arte como fio condutor.