Reeleito pela quarta vez, o vereador Otávio Trad (PSD), afirma que segue lutando por Campo Grande. Ele diz que, a política é uma maratona. “Antes do Trad, tem o Otávio,” ele diz, ressaltando que, apesar do peso do sobrenome, seu compromisso é com a cidade, mais que com a tradição da família. Carregar o nome Trad em Mato Grosso do Sul é, ao mesmo tempo, uma honra e um desafio. Os Trad têm uma longa história na política local, ocupando cargos que vão desde a prefeitura ao Senado, mas Otávio quer construir um caminho próprio.
“A política é feita na rua, ouvindo as pessoas. Não adianta ficar só no gabinete e achar que isso é suficiente,” afirma o vereador, com um tom firme. Ele acredita que a proximidade com os bairros e com os moradores é o que fez sua trajetória se consolidar. “Estou sempre presente nos bairros; a política precisa disso. É ali que eu vejo as verdadeiras necessidades da cidade.”
Com 2.426 votos garantidos nas eleições deste ano, Trad realizou diversas benfeitorias em Campo Grande nos últimos quatro anos, entre elas a entrega de 31 academias ao ar livre e parquinhos infantis nos bairros Mata do Jacinto, Novos Estados, Nova Bahia, Estrela Dalva III e Portal Caiobá.
Além disso, parlamentar destinou no começo do ano um total de R$ 300 mil em recursos para entidades da Capital que atuam nas áreas da assistência social e saúde. Diversas instituições foram beneficiadas, entre elas: Associação Crianças do Brasil – Segunda Casa; Associação Anandamóyi; Associação dos Deficientes Visuais de Mato Grosso do Sul (Advims); Associação Renasce uma Nova Esperança; Associação de Reabilitação Parceiros da Vida – Esquadrão da Vida; Fundo de Assistência Feminina da PM/MS- FAF; Fundação dos Rotarianos de Mato Grosso do Sul; Hospital São Julião e Viver Bem – lar para idosos.
Quatro mandatos e o desafio de ser Trad – Otávio iniciou sua vida política aos 26 anos, muito antes de outros membros da família, e conquistou a confiança de milhares de eleitores ao longo dos anos. “Claro que carrego o peso de ser um Trad, mas meu trabalho é meu, é único. Cada eleição me lembra de que quem vota em mim vota no Otávio, antes de qualquer outra coisa,” afirma ele, deixando claro que deseja ser reconhecido pelo que faz, e não apenas pelo sobrenome.
precisa de um vereador que vá até ela, que escute. Não adianta prometer melhorias e depois só aparecer em eventos ou inaugurações,” critica, com sinceridade.
Entre os temas que mais preocupam Otávio está a questão da favelização. “Campo Grande já foi uma cidade sem favelas. Hoje, o desafio é enfrentar o aumento da favelização com realismo,” ele reflete, sugerindo que resolver o problema exige mais do que discursos de campanha. “Não adianta falar em desfavelizar a cidade sem um plano de longo prazo,” diz, apontando a necessidade de soluções como regularização de terrenos e programas que realmente ajudem as famílias a construírem suas casas.
Ele acredita que essa questão exige paciência e compromisso contínuo. “A política é lenta, exige paciência. Quem entra achando que vai resolver tudo em quatro anos não conhece a cidade,” afirma, em tom quase de desabafo.
Mas além da preocupação com moradias na Capital, o parlamentar tem um olhar sensível com outras pautas. Foi sancionado no 1º trimestre do ano o projeto de nº Lei 7.207/24, que incentiva a visitação de alunos das redes pública e particular de ensino nas hortas localizadas na Capital. A visitação, seja em hortas públicas ou privadas, promove a educação ambiental, além de contribuir para o desenvolvimento e habilidades dos alunos.
A prefeita Adriane Lopes (PP) sancionou também outro projeto de Trad que instituiu a Política de Diagnóstico e Tratamento do Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) nas redes públicas de saúde e educação. A medida cria políticas públicas que levam as famílias ao conhecimento do transtorno e assim garantir um diagnóstico mais rápido e preciso.
Entre as ações estão a realização de seminários, palestras e reuniões; identificação, cadastramento e acompanhamento de pacientes diagnosticados com o transtorno, além de permitir a esses alunos a realização de avaliações orais.
Outro projeto de autoria do vereador criou o Programa de Treinamento Esportivo Adaptado e Inclusivo para estudantes com deficiência da Rede Municipal de Ensino (Reme).
A iniciativa promove a iniciação esportiva e inclusiva aos alunos com deficiência por meio de modalidades esportivas paralímpicas aos estudantes do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos – EJA, no contraturno das aulas regulares. De acordo com o vereador, a Lei possibilita a inclusão e inserção da pessoa com deficiência.
Ao longo de sua trajetória, Otávio mostrou que sua lealdade está com Campo Grande, mesmo que isso signifique tomar caminhos diferentes de outros membros da família. O apoio dele à prefeita Adriane Lopes, enquanto seu tio, o ex- prefeito Marquinhos Trad, adotou a oposição, é um exemplo dessa independência. “A política é campo de divergências, e eu escolho o lado que acredito ser melhor,” afirma ele, sem hesitação.
Para Otávio, essa independência é fundamental, pois ele quer que seu mandato seja visto como algo pessoal, construído pela confiança dos eleitores. “Minha trajetória começou cedo e nos bairros. O que importa não é só a lei, mas estar presente, e é aí que vejo o sentido de tudo isso,” ele comenta, revelando a importância que dá ao contato direto com as comunidades.
A política feita nos bairros Otávio Trad lembra com carinho de momentos que aproximaram ele ainda mais da população. Um exemplo é o Conjunto União, onde ele promoveu uma série de melhorias em parceria com os moradores e comerciantes locais. “O União é uma prova de que as coisas só andam quando o público e o privado andam juntos. Lá, a comunidade confiou, e fizemos acontecer,” conta o vereador, que enxerga nessas parcerias o verdadeiro potencial de transformação. Para ele, essa é a essência de seu trabalho. “Eu volto e revisito os lugares onde passei, porque é assim que se constrói confiança. Não dá para sumir e aparecer só na eleição,” finaliza, demonstrando o compromisso que deseja manter em Campo Grande.
Fonte: A Crítica