O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), com o apoio da 7ª Promotoria de Justiça de Três Lagoas, deflagrou na manhã desta terça‑feira (16) a Operação Backstage, destinada a investigar supostos crimes de associação criminosa, fraude em licitação, peculato, corrupção ativa e passiva, entre outras infrações.
Foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão: oito em Três Lagoas e dois em Dourados, todos autorizados pela Justiça no curso das investigações. As diligências envolveram equipes do Ministério Público e da Polícia Civil, que vasculharam sedes de empresas e residências de envolvidos.
Segundo o MP-MS, uma empresa de Três Lagoas teria vencido sucessivamente licitações para o fornecimento de estruturas e equipamentos em eventos e shows promovidos pela prefeitura desde 2022, em processos que apresentaram indícios de irregularidades. O Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) já havia apontado vícios em pelo menos um desses contratos, sugerindo favorecimento e sobrepreço.
Em nota, o promotor responsável pela 7ª Promotoria afirmou:
“A Operação Backstage busca desarticular uma possível organização criminosa que agia nos bastidores dos eventos públicos, desviando recursos e lesando o erário municipal. Contamos com o apoio da sociedade para o fortalecimento da transparência e da legalidade nos processos licitatórios.”
Os materiais apreendidos — documentos, computadores e dispositivos eletrônicos — serão analisados para subsidiar o inquérito. Até o momento, não houve confirmação de prisões, mas os responsáveis poderão responder pelos crimes previstos na Lei de Licitações (Lei nº 8.666/93) e no Código Penal.
A ação reforça o compromisso do Ministério Público e do Gaeco com o combate à corrupção e ao desvio de recursos públicos, especialmente em contratos que envolvem grandes despesas com a organização de eventos municipais.