Vítimas de escravidão foram resgatadas em uma área rural de Nova Andradina, a 300 km de Campo Grande, em uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizada entre os dias 18 e 22 de novembro.
Segundo o Jornal da Nova, a operação contou com a participação do Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul (MPT-MS) e resgatou 19 indígenas paraguaios, incluindo um adolescente, que eram submetidos a trabalho escravo na Fazenda São Cristóvão, pertencente ao Grupo Coimma.
As vítimas foram encontradas após seus veículos clandestinos serem detectados pela PRF no trajeto entre Nova Andradina e Nova Alvorada do Sul. A operação revelou um esquema de tráfico humano que envolve indígenas paraguaios, trazidos sem qualquer formalização imigratória para trabalhar na colheita da mandioca.
Na fazenda, os indígenas viviam em situação precária. As diárias de trabalho eram de R$ 130, mas não foram fornecidos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) ou condições mínimas de segurança para a execução do trabalho. No local, não havia áreas de vivência e os banheiros estavam em situação precária. A alimentação saía do bolso das vítimas, e nenhum exame admissional ou medida de saúde ocupacional foi realizado.
Ao serem resgatadas, as vítimas foram levadas à Delegacia de Polícia Civil de Nova Alvorada do Sul. Os dois acusados de tráfico humano alegaram desconhecer a presença de um adolescente no grupo.
A tentativa de conciliação extrajudicial com os representantes da Fazenda São Cristóvão não foi bem-sucedida. Não houve acordo para compensação dos danos civis trabalhistas e morais das vítimas. Como resultado, o caso será judicializado com o MPT-MS pleiteando R$ 3.705.000,00 em danos morais individuais, R$ 37.705.000,00 em danos morais coletivos e R$ 114.640,87 em verbas rescisórias.