O Partido dos Trabalhadores (PT) de Campo Grande/MS publicou uma nota de solidariedade à deputada federal Camila Jara (PT‑MS), alvo de acusações de agressão feitas pelo deputado Nikolas Ferreira (PL‑MG) durante uma tumultuada sessão na Câmara dos Deputados. Na nota, o setorial estadual repudiou a “campanha difamatória” orquestrada por setores da direita, acusando-os de tentar calar mulheres progressistas presentes na linha de frente da defesa da democracia e das causas ambientais.
Acusações e versão da deputada
O incidente ocorreu na noite de 6 de agosto, durante uma sessão marcada pela ocupação da Mesa Diretora por parlamentares bolsonaristas. Após mais de 30 horas de obstrução, Nikolas alegou que Camila Jara o atingiu com um soco ou cotovelada nas partes íntimas, derrubando-o no plenário. PL e Novo protocolaram representação na Corregedoria da Câmara, pedindo a suspensão cautelar e encaminhamento ao Conselho de Ética .
Camila Jara negou a acusação, afirmando que se tratou apenas de um esbarrão involuntário em meio ao tumulto. Ela explicou que tentava atravessar um bloqueio feito por outros deputados e sofreu empurrões. Jara destacou que está em tratamento contra um câncer de tireoide, com limitações de movimento e peso (1,60 m e 49 kg), o que, segundo ela, torna absurda a versão de “nocauteamento” do colega .
PT reage e acusa “ódio” e difamação
A nota de solidariedade do PT-MS afirmou ser inadmissível que a “extrema-direita use de calúnias para atacar mulheres progressistas”. A legenda ressaltou a trajetória de Camila, destacando sua atuação firme em defesa dos direitos das mulheres, justiça social e meio ambiente, e reafirmou apoio irrestrito, exigindo respeito e fim da violência política de gênero.
Processo em andamento
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), recomendou que Camila Jara seja incluída entre os parlamentares indicados para suspensão de mandato por até seis meses — junto com outros envolvidos no motim — mas determinou que o caso dela seja analisado separadamente por envolver suposta agressão física .
O que vem a seguir
A representação contra Camila deverá ser analisada pela Corregedoria, que encaminhará o caso ao Conselho de Ética. A deputada será julgada em processo separado dos demais envolvidos, com sorteio de relator neutro. A defesa do PT enfatiza que todo o episódio deve ser considerado à luz do contexto de conflito e desordem no plenário, e não como ato premeditado da parlamentar.