No início da tarde de ontem (4), após uma denúncia à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista (DECAT) relatando problemas com uma ONG vizinha, na chácara dos poderes. Uma equipe de investigadores compareceu até o local, onde foram confirmadas as denúncias e as duas mulheres responsáveis pela ONG foram presas.
De acordo com as informações policiais, na denúncia, dizia que a ONG mantinha aproximadamente 236 cães em condições inadequadas, causando barulho, mau-cheiro e problemas de saúde à família da denunciante.
Os policiais listaram as irregularidades encontradas no local, sendo elas: acúmulo de dejetos, causando mau-cheiro e atraindo insetos; Presença de moscas, mosquitos e larvas em piscina sem tratamento e em latas espalhadas no quintal; Animais com parasitas, representando risco à saúde humana; Vestígios de queima de lixo no quintal; Descarte irregular de resíduos sólidos e medicamentos; Omissão de cautela na guarda de animais ferozes; Grande quantidade de animais com sarna, em ambiente inadequado; Animais sem carteiras de vacinação ou com carteiras incompletas; além de gatos presos em um cômodo imundo, com larva de mosquito.
O jornal A Onça, entrou em contato com a advogada Vitória Junqueira, que é responsável pela defesa das acusadas, e ela esclareceu os pontos apontados pela DECAT e afirmou que essas acusações se tratam de perseguição por parte dos vizinhos da ONG e até mesmo pela própria delegacia.
“Postar vídeos com o intuito de dizer que aquilo configura maus tratos, com intuito de apenas afastar a pressão pública que estamos fazendo em cima deles. Os cães tem vários problemas de saúde. Como sarna, problemas de pele, leishmaniose, e as protetoras fazem milagre com a ajuda que não recebem de ninguém. O trabalho delas é seríssimo, responsável e cuidadoso e infelizmente fazem o que podem e não podem, mas não é suficiente pela falta de verbas”, explica Vitória.
De acordo com a advogada, os dejetos e fezes citados pela DECAT são normais para um local com cachorros, ainda mais na quantidade de uma ONG. “Quem tem animais em casa sabe da sujeira, nada que ultrapasse a normalidade para um imóvel com mais de 200 animais. Elas são duas mulheres para cuidar de muitos animais e sem recursos, elas fazem a limpeza do local duas vezes por dia, mas não é suficiente. As outras acusações também não fogem da normalidade, os animais que afirmaram estar presos em um cômodo, são animais que não poderiam conviver com os outros e assim era realizado um rodízio no espaço justamente para não haver brigas entre eles”, destaca Junqueira.
As duas mulheres seguem presas na 2ºDP e devem passar por audiência de custódia amanhã (6).
De acordo com a nota da DECAT, os animais permanecerão no local, onde serão submetidos a exames de sangue na próxima segunda-feira (08) pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) para diagnosticar possíveis doenças e, posteriormente, iniciar os tratamentos necessários.
Além disso, será realizado um mutirão de limpeza no espaço onde os animais estão abrigados, conduzido pela Vigilância Sanitária e pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (SISEP), para garantir um ambiente mais seguro e salubre para todos.
Eles pedem também à comunidade doações de ração para cães e gatos, a fim de suprir as necessidades alimentares desses animais.
As doações podem ser entregues na Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista (DECAT), R. Sete de Setembro, 2421 – Jardim dos Estados, Campo Grande – MS, 79002-121.
Telefone: (67) 3325-2567.